Ricardo Nunes fala em humanização na retirada de barracas de moradores de rua de São Paulo
Ação teve início nesta segunda-feira, encaminhando as pessoas para abrigos da prefeitura, após o TJSP derrubar liminar do padre Júlio Lancellotti e do deputado federal Guilherme Boulos
Após o Tribunal de Justiça de São Paulo liberar a retirada de barracas das ruas da capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) reiterou a defesa da medida. As ações para retirada das barracas das vias públicas tiveram início nesta segunda-feira, 3, na região da Cracolândia nos primeiros horários da manhã. Nunes afirmou que todo o processo será baseado no convencimento da população: “Vai às tendas pela cidade, com fornecimento de roupas, cobertor. O primeiro momento é fazer um convencimento para que eles possam ir para os nossos centros de acolhimento. É colocado ônibus nesses locais das barracas para poder levar essas pessoas aos centros. Então também é um processo que a gente já vinha fazendo. Fizemos em 2022 e em 2021. E acontecerá, agora, no momento de baixa temperatura na cidade de São Paulo. Capacidade para atendimento das pessoas que precisam, como a gente já fez nos anos anteriores”, disse. A medida da prefeitura vale somente durante o dia. À noite, as barracas podem permanecer montadas. A prefeitura adotou a ação após o TJSP derrubar uma liminar obtida pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e pelo padre Júlio Lancellotti que visava proibir a remoção das barracas.
O número de pessoas em situação de rua tem aumentado nos últimos anos na capital paulista. Segundo dados da prefeitura, são 32 mil pessoas sem casas. E a quantidade de abrigos é menor, com apenas 22 mil vagas disponíveis atualmente. No entanto, segundo Nunes, a expectativa é de ampliação das vagas. Durante coletiva de imprensa, o prefeito reiterou que barracas e outros objetos, como sofás e mesas, acabam atrapalhando a passagem de outros cidadãos pelas vias públicas, impedindo o direito de ir e vir das pessoas. “As pessoas não podem montar barraca em qualquer lugar. Quantos locais a gente passa que as pessoas não conseguem andar nas calçadas. É preciso, primeiro, ofertar o acolhimento, o que a gente está fazendo. Vocês têm acompanhado as tantas inaugurações que eu tenho feito de acolhimentos na cidade de São Paulo, acolhimentos feitos com bastante humanidade e todo o apoio. E é possível que a gente dê o acolhimento e tenha uma ordem na cidade. Ninguém está falando ‘você vai sair daqui, de qualquer jeito, sem opção’. Nós estamos dando a opção para que as pessoas possam ser acolhidas e colocando para eles de uma forma educada, humanizada, que a cidade tem que ter organização, tem que ter ordem”, completou.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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