Ricardo Salles explica suposta ameaça de investigar servidores: ‘Não foi como o noticiado’
“Foi um ato em protesto contra o evento, não tem essa de que eles não foram convidados”, disse o ministro
A última semana colocou um novo holofote sobre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard pediu demissão dois dias após uma reunião conturbada com ruralistas no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o ministro ameaçou abrir um processo administrativo contra servidores do órgão por eles não estarem presentes na reunião.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Ricardo Salles explicou a situação. “Ele [Eberhard] não pediu demissão por causa disso. Ele achou por bem cuidar de questões pessoais”, disse. Sobre a ameaça de investigações a servidores, o ministro afirmou que “não foi como noticiado”.
“Eles [servidores] fizeram a divulgação como se tivessem sido injustiçados. Chegamos em Mostardas, ao lado de Tavares, onde seria o evento, e lá tem o escritório do ICMBio. Estavam todos lá e depois saímos para ir ao evento. Que evento era esse? Da população que mora em Tavares e que reiteradamente vem reclamando de uma fiscalização e postura persecutória de fiscais do órgão contra os moradores”, explicou. “Foi uma reunião para ouvir reclamações e ponderações de moradores, mas os funcionários do ICMBio, que estavam ao meu lado 15 minutos antes, não foram na hora de ouvir os moradores”.
Entre as reclamações citadas pelo ministro estão a de que fiscais não permitiam que moradores consertassem telhas de suas casas ou ainda fossem impedidos de realizar a pesca artesanal. Isso ocorre, segundo Salles, porque o Governo criou unidades de conservação, parques, que pressupõem que na pode ter moradores em seu interior. Mas também está prevista uma indenização a estas pessoas.
“Sem indenização, cancela-se o espaço de demarcação. Tem parque com regras jurídicas que impõem restrição ao uso, mas para isso precisaria ter indenizado os moradores e os fiscais inconformados com a postura de moradores fazem de tudo para boicotar. Isso é absurdo. Tem fiscais que andam armados”, relatou.
No momento da reunião, o ministro reiterou que “não tinham nenhum dos supostos fiscais que tinham feito fiscalizações truculentas”. “Eu queria que eles [fiscais] respondessem. Foi um ato em protesto contra o evento, não tem essa história de que eles não foram convidados. Como podem dizer que na sabiam? Nós fomos lá para isso”, finalizou.
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