Um indivíduo com sarampo pode infectar até 20 pessoas, aponta infectologista

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2019 08h42 - Atualizado em 22/07/2019 11h32
Marcelo Camargo/Agência Brasil criança vacinando O reforço da vacina só começou a valer a partir de 2004, o que explica o fato do público alvo ser jovens entre 14 e 29 anos

No último sábado (20), a cidade de São Paulo e mais 14 cidades da região metropolitana receberam o Dia D da vacinação contra o sarampo. Desde o início do ano, 484 casos de sarampo já foram confirmados em todo o Estado, sendo que 75% dos registros foram na capital.

Apenas nesse final de semana 67 mil jovens entre 15 e 29 anos foram imunizados. O infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, falou ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira (22) sobre as metas da campanha e a importância da vacinação.

Em 2016 o sarampo recebeu o título de doença erradicada no Brasil, ou seja, não existiam mais casos da doença em território nacional. Porém, o infectologista afirma que a volta era esperada.

“A gente começou a perceber que em 2017 e 2018 a meta de vacinação, que seria de 95%, começou a ter um descenso. Em paralelo, tivemos também uma circulação maior do vírus do sarampo na Europa e nos Estados Unidos. Com isso, esses números deixaram de ser surpreendentes.”

Para quem nunca teve a doença, a única forma de se proteger é com a vacina. De acordo com o infectologista, o vírus da gripe infecta 5 pessoas ao seu entorno. No caso do sarampo, uma pessoa doente infecta entre 18 e 20 pessoas a sua volta. “Se você não estiver imunizado, usar o elevador ou o transporte público é um risco”, analisa.

Quem deve se vacinar?

O público-alvo da atual campanha de vacinação são jovens entre 15 e 29 anos. Jean Gorinchteyn explica o motivo disso. “O reforço da vacina, a segunda dose, começou a vigorar apenas em 2004. Por isso quem está nessa faixa etária precisa se prevenir, porque provavelmente não tomou a segunda dose quando criança.”

“Quem teve sarampo alguma vez na vida tem a imunidade duradoura, não precisa se vacinar agora. Já quem está entre 30 a 49 anos, uma dose é suficiente. Pessoas acima de 50 anos costumam ter um reforço vacinal pela provável exposição ao vírus na década de 1980”, explica.

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