Rishi Sunak se destaca no enfrentamento da crise causada pela pandemia no Reino Unido

O gabinete de Boris Johnson já gastou o equivalente a mais de 15% do PIB em medidas

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 09/07/2020 08h16 - Atualizado em 09/07/2020 08h49
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EFE Rishi Sunak e Boris Johnson, Reino Unido Sunak anunciou que os conservadores vão bancar metade das contas de quem sair para comer de segunda a quarta para estimular o movimento

O Reino Unido tem um novo político favorito e ele se chama Rishi Sunak. O ministro das Finanças do governo Boris Johnson se tornou uma espécie de arauto improvável da pandemia. Todas as boas notícias de ajuda do governo em tempos de Covid-19 saem da pasta de Rishi Sunak. O conservador formado em Oxford e pós-graduado em Stamford tem adotado políticas surpreendentes para a linha ideológica de seu partido.

Falando em português claro, Sunak está distribuindo dinheiro do Estado em níveis sem precedentes para ativar a economia britânica. Não há setor por aqui que não tenha recebido alguma forma de ajuda financeira do governo conservador. Na quarta-feira (8) Sunak anunciou mais um pacote de bondades na Câmara dos Comuns que impressionou pela robustez.

O imposto para compra de imóveis — o equivalente ao ITBI aí do Brasil — foi zerado para propriedades de até 500 mil libras. O governo também cortou o imposto de valor agregado, o VAT, para o setor de turismo, diversão e entretenimento. Os cofres públicos vão pagar mil libras de bônus para cada funcionário que não for demitido pelas empresas do país. Um plano de estímulo para criação de empregos para jovens também está sendo desenvolvido. Até o almoço dos britânicos será pago pelo governo. Rishi Sunak anunciou que os conservadores vão bancar metade das contas de quem sair para comer de segunda a quarta para estimular o movimento nos restaurantes. No total, o governo britânico já anunciou 188,7 bilhões de libras em medidas para tentar minimizar os impactos da pandemia.

Somando esta cifra aos 122 bilhões de libras que o governo liberou na forma de empréstimos para empresas e renúncia fiscal, o gabinete de Boris Johnson já gastou o equivalente a mais de 15% do PIB só em medidas para mitigar os efeitos da crise. Os conservadores estão se saindo tão bem nestas ações que a conversa por aqui é de que o partido deve inclusive consolidar novos redutos eleitorais que pertenciam historicamente a esquerda, mas que foram tomados dos trabalhistas nas últimas eleições.

E Rishi Sunak é a estrela deste novo momento. Enquanto ele distribui dinheiro para a população, Boris Johnson tem sido o alvo de críticas pesadas sobre as falhas do governo no campo da saúde. Se todas essas ações econômicas funcionarem, é possível que o próximo primeiro-ministro britânico seja um jovem ex-banqueiro filho de imigrantes africanos hindus.

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