RJ vai se dando conta de que não dá para ter bandido de estimação, diz Fórum da Segurança Pública
Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (18) e feita a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os milicianos são mais temidos que os traficantes nas comunidades do Rio de Janeiro e entre os moradores da zona sul da capital.
De acordo com a pesquisa, 29% dos moradores de comunidades têm ais medo dos milicianos que dos traficantes e policiais, 25% têm mais medo do tráfico de drogas, 18% temem a polícia e 21% têm medo de todos na mesma proporção. Entre os moradores da zona sul a proporção é maior. 38% dos moradores temem mais as milícias, 20% têm mais medo dos traficantes, 24% temem a todos e 12% têm mais medo dos policiais.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou que o “Rio de Janeiro vai se dando conta de que não dá para ter bandido de estimação”.
“Miliciano e traficante é bandido igual e precisamos combater. As milícias mais parecem grupos terroristas porque almejam o Estado e isso que a gente precisa olhar para os dados da pesquisa e perceber que as milícias estão tomando a cidade como um todo. Isso é um problema que poder público não pode desmerecer”, disse.
O especialista indicou ainda o “significado” de milícia: “forma de organização social até mesmo vista como positiva por vários setores da sociedade como solução ao tráfico. São organizações quase sempre compostas por ex-policiais ou forças de segurança que vendem proteção. É forma de impor o medo, vender serviços de segurança, não deixando claro o que é oficial, já que são policiais, ou o que é bico e bico violento”.
De acordo com Renato Sérgio de Lima, hoje não se sabe nem mais a distinção entre Estado e quadrilha de miliciano. “A gente percebe que esse tipo de organização vai tomando conta da vida da cidade”.
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