Contestado, rodízio mais rígido em São Paulo pode ser decidido na justiça
A legalidade do novo rodízio de veículos em São Paulo será avaliada pela Justiça. No goral, o que não faltam são questionamentos dos mais variados setores. O Sindusfarma, Sindicato da Indústria Farmacêutica, vai solicitar uma liminar para liberar seus funcionários.
Na Câmara, a vereadora Janaína Lima, do Novo, apresentou um projeto para sustar a decisão do prefeito Bruno Covas. “Você tem que ter todo cuidado que toda política pública seja de apoiar você. Não podemos mais aceitar o transporte público de São Paulo lotados em um momento que as pessoas precisam se locomover sem aglomeração.”
O vereador Caio Miranda, do DEM, cobra a liberação de muitas categorias que devem ser prejudicadas. “Além da preocupação de profissionais de serviços essenciais que temem ter que deixar seu carro para ir ao transporte público se aglomerar, têm também setores que não podem parar.”
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) manifestou sua preocupação com a medida da Prefeitura sobre a circulação com placas alternadas, par ou ímpar, todos os dias, segunda a segunda.
O advogado Maurício Januzzi questiona a legalidade do decreto, que a medida depende de um projeto no Legislativo e avalia seus efeitos. Na visão dele, a decisão afeta apenas os trabalhadores e a “camada mais popular dos cidadãos”.
Se os paulistanos reclamam da decisão sem planejamento e cobram prazo maior para a entrada em vigor, até mesmo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, garantiu ao Pânico, da Jovem Pan, que não foi avisado antecipadamente para se planejar.
O CREMESP, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, acionou a Prefeitura para agilizar o cadastramento dos médicos para salvaguardar o deslocamento dos profissionais sem restrições ou possibilidade de multas.
O prefeito Bruno Covas afirmou que virou alvo das milícias digitais. “Passei a receber uma série de ameaças, agressões virtuais, intimidações de milicianos digitais. Queria aqui dizer que não vamos retroceder nem um milímetro, porque as nossas decisões são para salvar vidas. Não vamos nos deixar intimidar”
Covas não descarta revogar o rodízio. “Temos que ficar em casa e sair somente quando for extremamente necessário. Da mesma forma que ampliamos o rodízio, podemos reverter a decisão se o isolamento aqui na cidade voltar aos padrões de 60%.”
Bruno Covas ressalta que o isolamento ficou em 47% durante a semana e houve 52 quilômetros de lentidão. Já os deputados petistas, Carlos Zaratini, José Américo, Paulo Fiorilo, e o vereador Antonio Donato solicitaram ao Ministério Público uma ação pelo bloqueio total em São Paulo.
No último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde foram registradas 2.006 mortes e 25.043 mil casos da Covid-19. Ainda há 2.490 mortes e 98 mil casos sob investigação.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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