Rodrigo Janot se aposenta do MPF com trajetória de controvérsias e polêmicas
Aos 62 anos, ele dedicou 35 anos ao MP e estava de licença desde que deixou o comando da PGR
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot se aposentou do Ministério Público Federal. A ação voluntária foi oficializada nesta quinta-feira (25) em portaria publicada no Diário Oficial.
Janot ficou à frente da Procuradoria por dois mandatos, de setembro de 2013 a setembro de 2017, durante os governos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer.
No período em que ele esteve no posto, foi instalada a força-tarefa da Operação Lava Jato, com a intensificação das delações premiadas.
O ex-procurador também apresentou denúncias contra cinco ex-presidentes: José Sarney, Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, e determinou a abertura de apurações contra ministros de Governo e mais de cem congressistas. Ao todo, foi responsável por cento e trinta e sete investigações que chegaram ao Supremo Tribunal Federal.
Aos 62 anos, ele dedicou 35 anos ao Ministério Público e estava de licença desde que deixou o comando da PGR.
Em texto de despedida enviado aos colegas de Procuradoria, Janot destacou que fez tudo que estava ao alcance para levar a Lava Jato adiante, mas admitiu que o Brasil está longe de superar o que chamou de “dias turbulentos” trazidos pela força-tarefa.
Na véspera da oficialização da aposentadoria, o ex-procurador-geral publicou em rede social que teve o telefone celular clonado. O hacker invadiu os perfis no Twitter, no Telegram e no Whatsapp, e teria tentado, sem sucesso, acessar a conta bancária dele.
Agora, o ex-chefe da PGR atuará em um escritório de advocacia e prestará consultoria nas áreas de compliance e leniência.
Rodrigo Janot se aposentou com salário integral. Em março, ele recebeu remuneração básica de R$ 38,8 mil.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
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