Rombo nas contas públicas por gastos na pandemia pode persistir até 2030, diz entidade

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2020 06h58 - Atualizado em 26/05/2020 08h10
Creative Commons/Pixabay Uma pequena torre de moedas prateadas em cima de várias notas coloridas Segundo a entidade, o país vai precisar de R$ 1,2 trilhão para dar conta dos gastos públicos até o fim do ano

Uma nova projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI) ligada ao SenadoFederal indica que a dívida pública vai passar de 75% para 86% do Produto Interno Bruto (PIB) só neste ano em função da crise. Esta relação poderá superar 100% em 2026 se os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a economia persistirem.

De acordo com o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, a partir do ano que vem o ajuste fiscal deverá ser ainda mais rígido. “Não é verdade que não se deva gastar nesse momento, mas a gente precisa ter a cautela de entender que a partir do ano que vem tem uma lição de casa muito difícil a ser feita que vai envolver aumento de receitas, corte de despesas obrigatórias, restauração das regras fiscais, sobretudo, do teto de gastos.”

Felipe prevê um rombo nas contas de R$ 700 bilhões só neste ano, com resultados da crise sendo registrados até 2030. Segundo o economista, o país já vive um estado de estagnação que pode levar a uma queda do PIB superior a 5%.

“Por isso é importante evitar o risco de aprovar medidas que não estejam relacionada a crise e que acabem gerando gastos permanentes. O maior exemplo são reajustes salariais e contratações.”

Segundo a Instituição Fiscal Independente, o país vai precisar de R$ 1,2 trilhão para dar conta dos gastos públicos até o fim do ano. Ao todo, serão R$ 738 bilhões apenas para financiar as ações de combate à pandemia.

*Com informações da repórter Livia Fernanda

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