Rombo nas contas externas brasileiras aumenta em 2019 e é o maior em 4 anos

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2020 06h55
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de uma nova piora no déficit em transações correntes

As contas externas do Brasil registraram um rombo de US$ 50,7 bilhões no ano passado, o que representa uma alta de 22,2% em relação a 2018. O déficit, que é o maior em quatro anos e equivale a 2,76% do PIB de 2019, foi divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (27).

Apesar da piora, o saldo negativo foi coberto por folga pelos investimentos estrangeiros — que ultrapassaram os US$ 78 bilhões ao longo do ano passado.

Segundo o Banco Central, o aumento no rombo das contas externas se deve, principalmente, ao saldo da balança comercial que, apesar de positivo, foi cerca de 13 bilhões de dólares menor do que em 2018.

Fatores como a desaceleração da economia na Argentina, a peste suína afetando a China e a demanda por soja brasileira — além das tensões protagonizadas por americanos e chineses — interferiram diretamente nas transações correntes, contribuindo para o aumento do déficit.

Como explica o economista da 4E Consultoria, Bruno Lavieri, os índices mostram que o brasileiro ainda não consome produtos importados como foi no passado. De acordo com ele, apesar do rombo registrado no ano passado, não há motivo para alarde.

“A questão é que esse déficit, ainda que crescente, não representa grande risco — uma vez que existe fonte de financiamento, o Brasil recebe muito investimento do estrangeiro e também porque o país não é devedor externo.”

A expectativa do governo era que o saldo entre o que o Brasil vendeu e comprou, somado aos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e as remessas de juros, lucros e dividendos para outros países, fosse ainda maior.  O fato é que os números deixam claro que a economia brasileira ainda se recupera da crise.

Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de uma nova piora no déficit em transações correntes, que deve aumentar em cerca de US$ 7 bilhões.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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