Rossieli Soares questiona MEC sobre caso de gráfica e diz que ‘Ensino Médio está falido’
A organização das avaliações nacionais são vistas com ressalvas pelo secretário da Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, ele ressaltou que os processos precisam de muita atenção e cuidados.
Rossieli Soares citou o caso da falência da gráfica que imprime as provas do Enem: “como a gráfica fecha e o Governo não sabe? Foi falta de comunicação do Ministério. A essa altura, a equipe e ministro estavam sempre com envolvimento. Foi o que tive como ministro e Mendonça Filho também. Enem tem envolvimento do Exército, Polícia Federal, MEC, Inep”.
A Prova Brasil também é outra avaliação que gera incertezas às secretarias estaduais. “Esperamos que o novo ministro tenha clareza do que vai ou não ser realizado para que a gente tenha planejamento estadual”, defendeu. “As avaliações nacionais são importantes, e eu defendo mudança especialmente na Prova Brasil. O Brasil precisa melhorar sistema de avaliação, mas não no primeiro ano de Governo. Deve trabalhar para mudar o modelo para 2021”, completou.
Rossieli Soares destacou que não se pode mais avaliar apenas a língua portuguesa e matemática em provas como o Saresp e Saeb.
Somado às incertezas das avaliações, o secretário estadual da Educação disse que o foco é o currículo, já que a perda começa no 6º ano do Ensino Fundamental.
“Nosso Ensino Médio está falido, mas esse problema acontece entre o 6º e 9º ano. O Ensino Médio tem muita discussão, mas nessa janela do 6º ao 9º ano tem pouco debate no Brasil, e é justamente quando o aluno está passando por transformações importantes. Até o 5º ano a professora é a ‘tia’, no 6º ano em diante você já cresceu, a chave muda sem a gente entender se aquilo é adequado para a criança. A nossa perda começa muito fortemente no 6º ao 9º ano. Precisamos trazer a discussão de projeto de vida para o nosso jovem”, afirmou.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.