Rusga entre DEM e PMDB é minimizada em momento delicado para o Governo
A segunda denúncia contra o presidente Michel Temer chega à Câmara em um momento delicado na relação entre PMDB e DEM.
Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o PMDB deu uma “facada nas costas” do Democratas. Em sua avaliação, o PMDB cooptou alguns deputados do PSB que vinham negociando filiação ao DEM.
Recentemente, o partido de Temer atraiu o senador Fernando Bezerra Coelho, que era do partido socialista. Além disso, pelo menos outros seis deputados do partido, que estavam em negociação para migrar para o DEM, foram procurados pela cúpula peemedebista.
O deputado Danilo Forte (PSB-CE) defendeu que a posição do PMDB sobre os dissidentes socialistas é ruim para o Governo: “não ajuda o Governo, atrapalha, porque cria ambiente que não ajuda no debate das proposições, porque antecipa disputa eleitoral que será no ano que vem”.
Desde junho de 2016, o DEM mantém índice de apoio ao Governo na Câmara superior à média da base aliada. Na votação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, 23 deputados do DEM votaram pelo seu arquivamento. O partido tinha 31 membros.
O deputado democrata Pauderney Avelino, participou do encontro com o presidente Michel Temer e a base no Congresso, na noite de domingo. Segundo o parlamentar, o assunto não foi debatido na reunião, mas na opinião dele, é preciso deixar essa história para trás. “A bem da verdade estavam os ministros Padilha, Romero Jucá e Moreira [Franco]. Mas não entrei no mérito do problema, está implícito. Não devemos criar mais nenhum tipo de animosidade”, disse.
A tensão entre as duas legendas é um indicativo de que outras legendas podem aproveitar o momento de fragilidade do governo para expressar descontentamento tanto com a liberação de emendas quanto com a nomeação ainda pendente de cargos de segundo e terceiro escalões.
*Informações do repórter Arthur Scotti
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.