Rússia e Turquia concordam com cessar-fogo na Síria

  • Por Jovem Pan
  • 06/03/2020 06h38 - Atualizado em 06/03/2020 08h12
EFE ataques, curdos, turquia, siria, O conflito na Síria acontece há nove anos e já deixou cerca de 400 mil mortos, na maioria civis

A Rússia e a Turquia assinaram um acordo de cessar fogo, nesta quinta-feira (5), no norte da Síria. O trato foi anunciado depois de um encontro em Moscou entre os presidentes Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan — que durou mais de 6 horas.

A parada na ofensiva acontece depois do aumento da tensão entre os dois países gerada pelos recentes conflitos na província síria de Idlib. A medida já passa a valer a partir desta sexta-feira (6).

Os presidentes concordaram em criar um corredor de segurança de 12 quilômetros ao longo de uma rodovia no norte da Síria. A região vai passar a ser patrulhada por militares russos e turcos a partir do próximo dia 15.

A tensão na região aumentou em fevereiro depois que 34 soldados da Turquia, que apoia os rebeldes, foram mortos por ataques atribuídos ao Governo sírio de Bashar Al Assad, apoiado pelos russos. Os turcos chegaram a desconfiar que o bombardeio aéreo responsável pelas mortes teria sido realizado por militares russos.

Os países mantinham um acordo assinado desde 2018, que tentava manter Idlib como uma zona desmilitarizada. No entanto, o ataque aos soldados turcos aumentou a tensão na região.

Erdogan quer fazer de Idlib um local para onde os refugiados sírios que vivem na Turquia possam voltar. Isso contraria os interesses de Putin, que quer devolver a Bashar Al Assad o controle total do país.

O conflito na Síria acontece há nove anos e já deixou cerca de 400 mil mortos, na maioria civis. Horas antes do acordo desta quinta-feira (5), um ataque aéreo deixou ao menos 16 mortos na província de Idlib.

Não ficou claro se Bashar Al Assad, que não compareceu ao encontro, deve ou não respeitar o que foi estabelecido.

*Com informações do repórter Renan Porto

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.