Sá Leitão fala em ‘tragédia anunciada’ e coloca Estado e Prefeitura à disposição para assumir Cinemateca

Secretário estadual de Cultura afirmou que a negligência começou em 2019, quando o contrato com a organização social responsável pela gestão foi rompido

  • Por Jovem Pan
  • 30/07/2021 10h58 - Atualizado em 30/07/2021 11h08
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Foto: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 30/07/2021 Cinemateca brasileira em chamas Sérgio Sá Leitão afirmou que, em vários momentos, o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo solicitaram o repasse do comando do museu

O secretário estadual de Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, considera que o incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital, já era uma tragédia anunciada. “Sem dúvidas é, sim, a crônica de uma tragédia anunciada. Várias denúncias foram feitas, inclusive, por funcionários, alertando para o risco iminente de incêndio. Nenhuma providência foi tomada pelo governo federal e pela Secretaria Especial de Cultura.” De acordo com Sá Leitão, essa degradação começou em 2019 quando o governo rompeu contrato com a organização social que fazia a gestão da Cinemateca. “Era uma boa gestão, competente. E, a partir deste momento, começou essa fase de negligência. A Cinemateca foi fechada, os serviços foram interrompidos, funcionários demitidos. A situação se tornou calamitosa. Esse é o retrato da cultura do Brasil em nível federal.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Sérgio Sá Leitão afirmou que, em vários momentos, o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo solicitaram o repasse da gestão e do comando da Cinemateca. “Nos colocamos à disposição. Certamente nós zelaríamos e, caso isso venha a acontecer, nós zelaremos melhor. É um espaço cultural fundamental, não só para São Paulo, mas para o Brasil. Em São Paulo nós valorizamos a cultura, a ciência, a vida. Estamos dispostos a assumir a gestão. Agora, isso depende exclusivamente do governo federal, que precisa manifestar o desejo que isso aconteça.” Segundo ele, a oferta foi feita publicamente pelo então prefeito Bruno Covas, no início de 2020, e sequer teve resposta. Os trabalhos agora são feitos na tentativa de mitigar os impactos do incêndio sobre o acervo que se encontrava no galpão. Foram deslocadas 18 viaturas do Corpo de Bombeiros para a ação. “Estamos tentando evitar que novos focos apareçam e estimar o prejuízo.” O governo estadual teme, também, pela sede principal da Cinemateca Brasileira, que fica na Vila Mariana.

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