Salão do Automóvel de 2020 é oficialmente cancelado
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) cobrou apoio público no Salão do Automóvel. A associação que representa as montadoras confirmou o adiamento para 2021 e se disse aberta para mudar de São Paulo, ressaltando a movimentação de R$ 320 milhões e a geração direta de 30 mil empregos durante o evento.
O presidente Luiz Carlos Moraes explicou que o investimento no Salão levou o setor à análise do custo-benefício. “Entendo que é um grande evento, com muitos impactos na cidade, e nós estamos vendo em outros lugares do mundo que a cidade abraça o evento em todas as dimensões, ajudando na questão da infraestrutura, na redução de custos e a tornar o Salão ainda mais atrativo”.
O setor revê custos em todas as partes do mundo e há uma pressão das matrizes sobre as fábricas instaladas no Brasil por desempenho diante de uma capacidade de 5 milhões de veículos e uma produção de cerca de R$ 3 milhões, impactada pela crise na Argentina, a perda da competitividade do custo Brasil para outros mercados e o coronavírus.
“Você pode ter um impacto alguma semana, alguns dias, e voltar a retomada. Existe a possibilidade de ter um impacto, estamos monitorando e temos capacidade de reagir rapidamente assim que o problema for resolvido nos fornecedores”, pontuou Moraes.
Os impactos mais preocupante são o câmbio a R$ 4,60, as instabilidades políticas e o movimento dos bancos em subir os juros aos financiamentos de veículos mesmo com a Selic mais baixa da história.
“Essa instabilidade cria duas questões: uma expectativa ruim dos agentes econômicos e isso pode afetar o consumo, e mantido esse patamar, tem o aumento do custo de produção das empresas no Brasil. Tivemos um tombo em 2014, 2015 e 2016 e estamos recuperando de forma muito lenta. Defendemos o que o ministro Paulo Guedes defende, reforma da Previdência, reforma administrativa, reforma tributária… Temos que evitar instabilidade política também”, ressaltou o presidente da Anfavea.
Durante a coletiva da Associação, que apontou uma queda na produção de veículos de 21% — reflexo do Carnaval em fevereiro –, Moraes defendeu um pacto pela estabilidade do País: menos barulho político e que o mundo já discute incentivos ao coronavírus e o Brasil não.
* Com informações do repórter Marcelo Mattos
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