Salles: Amazônia não é ‘Simba Safári’ para ser apenas olhada

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2019 10h02 - Atualizado em 01/08/2019 10h12
Marcelo Chello/Estadão Conteúdo Ministro afirmou que pessoas que moram na região precisam de trabalho

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou, nesta quinta-feira (1), que é preciso tornar legal, de forma “responsável”, algumas atividades de exploração na Amazônia para combater a questão do desmatamento. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele lembrou que há muitos “trabalhadores” e pessoas que precisam “sustentar suas famílias” na região, e que não adianta taxar todos de “bandidos”.

“Existem 20 milhões de pessoas na Amazônia querendo produzir, trabalhar, que precisam sustentar suas famílias. Não adianta fingir que eles não podem por a mão na floresta ou querer que a região seja, como querem muitos ambientalistas e campanhas, um ‘Simba Safári’, que ninguém toca e só olha. É preciso encarar o problema com maturidade, produzir um dinamismo econômico”, explicou.

Para o ministro, retirar algumas atividades da ilegalidade vai preservar a floresta de forma muito melhor do que a atual. “Não podemos chamar todos esses trabalhadores e famílias que estão lá, querendo exercer atividades madeireiras ou de mineração, de ilegais, bandidos, destruidores de florestas. Quando você joga todos eles para a ilegalidade, essas atividades acabam sendo feitas de forma descontrolada”, afirma.

Salles acredita que a melhor forma de lidar com o problema é aprovando algumas atividades para serem feitas de maneira legal, porém embasadas e estudadas para que não produzam dano ambiental. “Precisamos encarar problema, também resolver a questão fundiária, o direito de propriedade, ninguém cuida do que não é seu.

Ele acrescenta que se pudessem, os ambientalistas e ONGs tirariam as pessoas da Amazônia para preservá-la, mas que essa é uma visão “irrealista, indesejável e que não vai acontecer”. “Não podemos cair no patrulhamento ideológico, do politicamente incorreto, que esconde muitas vezes interesses econômicos”, concluiu.

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