Salles: Macron quer se promover às custas do Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2019 08h18 - Atualizado em 26/08/2019 10h48
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Ministro disse que países oferecem ajuda ao Brasil, mas depois recuam

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, criticou, nesta segunda-feira (26), a postura do presidente da França, Emmanuel Macron, em relação às queimadas na floresta amazônica brasileira. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele afirmou que o francês está usando a questão para se promover às custas do Brasil, o que classificou como “oportunismo absoluto”.

“Macron fez uma declaração política que ele sabia que estava errada, usou imagem errada para criticar o Brasil. Ele está com popularidade baixa lá na França e está querendo se alavancar, na França e na Europa, às custas da imagem do Brasil, ou seja, um oportunismo absoluto. [Macron] utilizou, portanto, esse fator para se promover pessoalmente”, declarou.

Para ele, as respostas do governo brasileiro à atitude de Macron foram “na mesma medida” que vieram. “Macron chamou o presidente Bolsonaro de mentiroso, falou que estavam destruindo ‘nossa casa’, como se a Amazônia fosse deles também”, reclamou.

Salles pontuou, ainda, que o país está pronto para receber, “de braços abertos”, qualquer ajuda internacional que vise acabar com as queimadas. Ele ressaltou, no entanto, que nem sempre é isso que acontece. “É preciso entender que há muito discurso do lado de lá, ‘queremos ajudar, queremos fazer, estamos à disposição’, mas na hora que a gente apresenta a fatura a turma corre.”

O ministro também afirmou que a suspensão dos recursos do Fundo Amazônia foram feitos de forma política. “Quando propusemos a mudança no Fundo Amazônia, para colocar boas e novas regras de governança, os ministros econômicos da Noruega e da Alemanha já tinham respaldado a ideia de mundança. A contraposição veio dos braços do meio ambiente dos dos países. Há uma agenda clara em andamento: o próprio anuncio midiático da suspensão, e não bloqueio, dos recursos também atende essa agenda pré-determinada.”

Por isso, de acordo com ele, as respostas consideradas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em relação tanto às queimadas quanto a Macron e ao Fundo foram dadas na mesma moeda. “É um político respondendo um político. “O que Bolsonaro fez, ao responder o anúncio midiátio da suspensão dos recursos, foi declarar também em termos políticos, o que foi colocado politicamente do lado de lá”, disse.

Responsabilidade privada

Questionado sobre as medidas que serão tomadas para evitar novas queimadas, Salles explicou que órgãos do governo federal, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), além das policias estaduais, fazem esse trabalho, mas que nem sempre dá certo já que “não se controla as condições de tempo [metrológicas].”

Segundo ele, a média de queimadas deste ano está dentro da média, mas é maior do que em 2018 e 2017 porque nesses anos houve forte período de chuvas.

“A maior parte das áreas queimando hoje são áreas dentro de propriedades privadas, portanto era o proprietário a quem competia tomar medidas para fazer limpeza. As áreas não são exclusivamente de competência federal e nem dos estados, tem muita responsabilidade privada ali”, afirmou, acrescentando que o governo tem responsabilidade em terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação federal.

“Essas competem ser fiscalizadas pelo Ibama e ICMBio. Também há as de competência exclusiva nos estados,q ue nem que quiséssemos poderíamos atuar, igual com municípios”, explicou.

 

 

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