Salles nega demora em reação a óleo no Nordeste e promete reforçar ação

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2019 06h30
EFE/MARCOS RODRIGUES Sem a presença de parlamentares governistas para defendê-lo, o ministro foi duramente criticado pela postura do Governo em relação ao Meio Ambiente

O Governo Federal monitora a situação do óleo que tem chegado nas praias do nordeste desde o início de setembro. A fala é do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que esteve na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara nesta quarta-feira (9).

Ele foi convidado para dar esclarecimentos sobre os números crescentes de desmatamento na Amazônia, mas aproveitou para rebater as críticas de que o Governo demorou a reagir diante da situação no Nordeste do país.

Segundo Ricardo Salles, já foram mais de 110 horas de voo do avião-radar do Ibama com sensoriamento remoto, mais de 80 horas de voo de helicóptero para monitoramento aéreo e mais de 100 toneladas de óleo recolhidas desde o que chamou de acidente.

Sem a presença de parlamentares governistas para defendê-lo, o ministro foi duramente criticado pela postura do Governo em relação ao Meio Ambiente. Para a oposição, esse suposto posicionamento contribuiu para a quantidade de queimadas registradas, tendo estimulado, inclusive, o chamado “dia do fogo”.

É o caso da deputada Fernanda Melchiona. “Vocês estão cortando recursos em áreas essenciais para o orçamento do ano que vem, fato já visto no contingenciamento desse ano. Combinado com uma ação conjunta do Governo abriu, sim, as porteiras para as forças mais atrasadas que querem, há muitos anos, desmatar nossas florestas.”

O ministro explicou que o Governo foi obrigado a cortar a verba não só do Meio Ambiente mas de diversas outras pastas para tentar reequilibrar as contas públicas.

De acordo com Ricardo Salles, a falta de cuidado em relação aos órgãos de fiscalização não começou na atual gestão. “Os órgãos estão sendo reestruturados, reequipados. Um esforço enorme para dar eficiência, gestão, para tentar consertar a fragilização citada a pouco. Diante de um cenário econômico bastante fragilizado, que nós herdamos, não é fácil fazer essa reestruturação.”

O ministro voltou a defender uma mudança na legislação para que o código florestal contemple as necessidades tanto daqueles que defendem o Meio Ambiente quando daqueles que precisam explorá-lo para sobreviver.

Para Ricardo Salles, quem gera emprego e renda é o desenvolvimento sustentável, e não tem como proteger a fauna e flora brasileira sem garantir renda à população.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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