Salles se reúne na quarta com governadores para discutir desmatamento na Amazônia
O desmatamento na floresta amazônica subiu 29,5% entre os dias 1º de agosto do ano passado e 31 de julho deste ano, na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
A área destruída chegou a 9, 762 mil quilômetros quadrados – é a taxa mais alta para esse período desde 2008.
O levantamento leva em consideração o intervalo de 1º de agosto de um determinado ano a 31 de julho do ano seguinte, porque abrange tanto o período seco quanto o chuvoso e, com isso, é possível identificar se o clima influenciou no resultado.
Porcentualmente, o aumento divulgado nesta segunda foi o maior na Amazônia nos últimos 22 anos.
Questionado sobre os motivos que levaram à alta, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, culpou as “atividades econômicas ilegais” praticadas na região.
O ministro Ricardo Salles também negou que a postura do governo Jair Bolsonaro em relação a questões ambientais tenha estimulado o desmatamento.
“Esse ambientalismo de resultado que queremos colocar em prática. Ter resultados concretos das medidas de preservação melhorando a qualidade de vida das pessoas que vivem na Amazônia. Sem isso, nós vamos continuar assistindo um aumento do desmatamento – que é consequência, em grande medida, da ausência de alternativa econômica sustentável para aquela região.”
Salles anunciou que vai se reunir nesta quarta-feira (20) com representantes dos estados que compõem a Amazônia Legal para discutir possíveis medidas a serem adotadas.
O diretor interino do Inpe, Darcton Policarpo Damião, destacou que as taxas de desmatamento na região vêm subindo desde 2012.
No último período analisado, o Estado com a maior taxa de desmatamento foi o Pará, que já responde sozinho por 39,5% da perda registrada em toda a Amazônia. Na sequência, aparece o Mato Grosso, responsável por 17,2% da área devastada.
Os dois Estados, junto com Amazonas e Rondônia, concentram 84% de todo o desflorestamento.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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