Salto no número de casos do coronavírus na Europa pode afetar COP 26

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 02/03/2020 09h17 - Atualizado em 02/03/2020 09h44
EFE/EPA/MARCO OTTICO A cúpula está marcada para novembro em Glasgow, na Escócia, mas as negociações entre os países protagonistas do encontro já estão ocorrendo

Os novos casos de coronavírus dispararam na Europa nas últimas 24 horas aumentando também o alerta na população. A Itália continua sendo o principal foco de contaminação do continente — o número de infecções confirmadas saltou 40% só nas últimas 24 horas.

O país tem até agora cerca de 1.700 casos de coronavírus com 34 mortes causadas pelo Covid-19. Os números também saltaram na França, Alemanha e Reino Unido — a República Tcheca confirmou seu primeiro caso no domingo.

Agentes de saúde italianos afirmam que a situação é semelhante a de um tsunami no sentido de que os hospitais do norte do país têm recebido grande quantidade de pacientes nos últimos dias.

Na Grã Bretanha os casos também cresceram, mas ainda parecem limitados — são 36 confirmados oficialmente. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson vai fazer uma reunião de emergência nesta segunda (2) para discutir o assunto.

As autoridades britânicas afirmam que o sistema público de saúde está preparado para lidar com a situação.

No aeroporto Heathrow, que é o mais movimentado da Europa, apesar do grande número de pessoas utilizando máscaras, os terminais funcionavam normalmente — sem monitoramento dos passageiros que chegavam por ali.

Na França, até o museu do Louvre, uma das principais atrações turísticas de Paris, ficou fechado no domingo (1º) por decisão dos funcionários. O governo francês também proibiu eventos que tenham mais de cinco mil pessoas para evitar aglomerações.

Também está recomendando que os cidadãos do país não saiam da União Europeia no momento.

Já se discute até a possibilidade da crise do coronavírus afetar inclusive as negociações para a reunião do clima, a COP 26. O encontro é considerado fundamental para realinhar os esforços globais diante da emergência climática.

A cúpula está marcada para novembro em Glasgow, na Escócia, mas as negociações entre os países protagonistas do encontro já estão ocorrendo e podem ser ameaçadas pelas restrições de viagens e, claro, pelo foco dos governos na crise atual.

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