São Paulo dispõe, em média, R$ 6.500 por aluno por ano, segundo análise inédita
No Brasil, algumas cidades têm até sete vezes mais dinheiro para educação do que outras. É o que revelam os dados compilados pelo oitavo Anuário Brasileiro da Educação Básica, realizado pela Editora Moderna com o Todos Pela Educação.
Enquanto um município no Rio Grande do Sul destinava cerca de R$ 19.500 por aluno em 2015, outro lá no Maranhão dispunha apenas de R$ 2.900.
Em média, os municípios maranhenses, por exemplo, dispõem de quase R$ 3.500 por aluno por ano. Em São Paulo, essa média sobe para R$ 6.500.
Para o coordenador do núcleo de inteligência do Todos Pela Educação, Caio Sato, essa disparidade mostra que a desigualdade na distribuição de financiamento precisa mudar.
“O recurso financeiro é transversal, para você pagar professor você precisa de recurso financeiro, para ter uma boa estrutura escolar precisa de recurso financeiro, para ter um bom material didático também precisa. Ele é essencial para que as outras desigualdades não se manifestem ou sejam desde cedo mitigados por um financiamento mais equitativo”.
A partir das análises do Anuário, o especialista afirma que é importante discutir os rumos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb, que existe desde 2006, mas, por lei, vai expirar em 2020.
Nesta terça-feira (25) a Câmara dos Deputados realiza duas audiências sobre uma proposta em tramitação na Casa que torna o Fundeb permanente. Em uma delas o ministro da Educação Abraham Weintraub é esperado.
Outro desafio para o avanço da educação no país é a falta de investimento em formação, carreira e condições de trabalho dos professores.
Caio Sato, do Todos Pela Educação, explica que mesmo com avanços é preciso mudanças em políticas públicas.
“Cerca de 25% dos professores de Ensino Médio não tem formação docente adequada para atuar nas disciplinas que estão dando aula. A região Sul tem um nível de mais ou menos de 50% de adequação na formação docente enquanto a Centro-Oeste tem cerca de 29%”.
O Anuário tem mais de 200 gráficos e tabelas com indicadores educacionais e conta com análises de especialistas. A versão completa está disponível no site todospelaeducacao.org.br.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto
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