São Paulo necessita de 230 mil moradias para reduzir déficit habitacional
Falta de dinheiro não pode ser justificativa do poder público para o déficit habitacional no País. O Minha Casa Minha Vida, por exemplo, recebeu milhões de reais do governo federal, mas ainda está distante de atender à população.
O Brasil tem uma carência de moradias de mais de 7,7 milhões de unidades. O dado, o mais recente, é de 2015 e tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE.
Na capital paulista, que sofre com as invasões, seriam necessárias 230 mil habitações para atender à demanda.
O coordenador do laboratório de políticas públicas do curso de urbanismo do Mackenzie, Valter Caldana, avalia que o problema é de gestão. “A solução está no diálogo entre agentes públicos, movimentos e iniciativa privada. Não há outra maneira de superarmos isso. O estado tem que eliminar os entraves burocráticos e as tralhas burocráticos que impedem uma ação efetiva na habitação”, disse.
Para Valter Caldana, os movimentos legítimos de ocupação não são a causa do problema, mas a consequência.
O ex-secretário de habitação e professor da USP, João Whitaker, afirma que o executivo e o legislativo devem estar empenhados. “Como se resolve o problema? Com políticas públicas de habitação amplas e diversificadas que atendam todos os problemas, que são diversos, com propósitos desde locação social até urbanização de favelas e produção de novas moradias. Isso foi feito enquanto eu era secretário. Entregamos um plano municipal de habitação, que se transformou em projeto de lei e está na Câmara”, revelou.
De acordo com o urbanista João Whitaker, o plano, parado na Câmara Municipal, prevê políticas para os próximos 16 anos. A Secretaria Municipal da Habitação aponta que cerca de 1,1 milhão de famílias vivem em situação precária na cidade de São Paulo.
*Com informações de Thiago Uberreich
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