Se lei Paulo Gustavo for criada, ‘vai ser o Covidão da Cultura’, afirma Mario Frias

Segundo o secretário especial da Cultura, cinema brasileiro será um dos maiores prejudicados com a realocação de recursos proposta no PL

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2022 09h10 - Atualizado em 15/02/2022 12h06
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CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Secretário Mario Frias participa de evento pelo Dia do Forró Secretário especial da Cultura Mario Frias

A Câmara dos Deputados vota nesta terça-feira, 15, o Projeto de Lei (PL) Paulo Gustavo, que visa liberar mais de R$ 3,5 bilhões para o setor da Cultura, com a intenção de reduzir os impactos econômicos sofridos pelo segmento com as paralizações da pandemia da Covid-19. Para falar sobre o assunto, o secretário especial de Cultura, Mario Frias, concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Crítico ao projeto, ele disse que o recurso deixará de ser administrado pelo governo federal e passará a ser conduzido por Estados e municípios e que isso deverá fazer com que a corrupção aumente no segmento.

“Se a gente recebe os problemas de corrupção na Lei Rouanet, administrada pelo governo federal, você pode imaginar o que vai ser quando o governo federal se tornar um caixa eletrônico compulsório. A gente vai pegar o fundo nacional de cultura e o fundo setorial do audiovisual e vai entregar para governadores decidirem o que fazer com esses recursos. Vai ser o Covidão da Cultura“, disse Mario Frias. O secretário ainda afirmou que, caso a lei Paulo Gustavo seja aprovada, o cinema brasileiro será duramente prejudicado: “A Ancine hoje não deve mais. Acabamos de injetar R$ 650 milhões no mercado de editais. Dinheiro que vem do fundo setorial do audiovisual. Então, se você tirar ele para fazer a lei Paulo Gustavo, você vai acabar com o mercado de cinema, por exemplo”.

O secretário ainda foi questionado sobre o cancelamento de sua viagem à Rússia nesta semana, na comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL), e se teria relação com uma última viagem feita por ele, com gastos de quase R$ 40 mil, sem agendas intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento de sua atividade como secretário. “Há um modus operandi pra desqualificar esse governo que eu nunca vi. Vontade de perguntar para vocês onde estava todo mundo nos últimos 30 anos. Estão comparando uma viagem internacional nossa para fazer quatro dias de agenda em Nova Iorque, uma viagem de duas pessoas num grupo de ministros, de secretários, são esses custos que vocês estão batendo, fazendo piada, Estadão, Foice de São Paulo [sic], todas essas porcarias de imprensa fazendo isso. Vocês acham que estão contribuindo com o Brasil? Vocês estavam satisfeitos com a roubalheira dos últimos anos? Eu não consigo entender isso”, atacou Frias.

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