Se Vale sabia que barragem não era estável estamos falando de crime hediondo, diz ambientalista

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2019 09h31 - Atualizado em 30/01/2019 09h31
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Antonio Lacerda/EFE "Nós percebíamos que em 11 de dezembro havia uma pressa para que a Vale obtivesse as três licenças no mesmo dia", disse a ambientalista

Em dezembro do ano passado, a ambientalista Maria Teresa Corujo foi a única integrante da Câmara de Atividades Minerais do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais a votar contra a ampliação das atividades na região do Rio Paraopeba, que inclui a Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale.

Na ocasião, 12 conselheiros de 12 organizações participaram da votação. Foram nove a favor, duas abstenções e um contrário à continuidade das minas Feijão e Jangada até 2032 com várias estruturas e adequações no projeto para aumento de 80% da produção.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, a ambientalista afirmou que “a Câmara de Atividades Minerais é composta por atores voltados puramente ao interesse econômico e porque o governo prioriza empreendimentos de mineração de grande porte”. Ela também lembrou que o projeto era considerado prioritário desde que foi criado a Superintendência de Projetos Prioritários.

“Quando a gente viu a forma como tramitou a concessão dessa licença, que não foi considerada todas as razões colocadas por nós que tinha de retirar de pauta por questões legais, nós percebíamos que em 11 de dezembro havia uma pressa para que a Vale obtivesse as três licenças no mesmo dia. Avaliamos que poderia ser por causa da mudança de Governo e que, provavelmente, a Vale não queria correr risco de não ter projeto aprovado. Mas nunca imaginaríamos que já tivesse alguma situação sobre a barragem que rompeu, porque ela não tinha licença para estar sendo movimentada, porque estava parada”, afirmou.

Para Maria Teresa Corujo, se a situação realmente foi essa, e a Vale estava antecipando o que tinha feito para reaproveitar minério, e se a questão dos laudos falsificados forem verdadeiros, é muito grave.

“Estamos falando de crime hediondo. Se a Vale sabia que não estava estável, como mantinha empregados na área chamada de zona de alto salvamento? Nem com os preocupados a empresa se preocupou. Se sabia que estava instável, se tentou falsificar a realidade daquela barragem e ainda correu atrás de licenças para estar legalizada, mas nem se preocupou com seus empregados, a questão ganha um porte muito violento”, finalizou.

Confira a entrevista completa com a ambientalista Maria Teresa Corujo:

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