Secretário do Tesouro avalia que ainda não é possível abrir mão da receita na discussão da reforma
Governo já foi avisado que a discussão do IR na Câmara deve gerar uma queda de R$ 30 a R$ 40 bilhões na arrecadação de impostos
Mesmo com o aumento da arrecadação, o governo avalia que ainda não é possível abrir mão da receita na discussão da reforma tributária. O secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, durante videoconferência do Jota, alertou que o momento ainda é de cautela. “Se a gente está podendo fazer essa discussão agora é porque a despesa está controlada. É porque a despesa não está seguindo o crescimento da receita. Isso nos dá totais graus de liberdade para discutir essa reforma com perda de arrecadação? Jamais.” O governo já foi avisado que a reforma do imposto de renda na Câmara deve gerar uma queda de R$ 30 a R$ 40 bilhões na arrecadação de impostos. Até por conta disso, o secretário reforçou que o momento é de se garantir a consolidação fiscal — uma vez que o Brasil sempre teve uma dívida alta que vem crescendo significativamente. “Eu entendo que a reforma tributaria, do IR, ainda está em aberto e há muita coisa para se discutir. Nós estamos entregando resultados fiscais importantes, ajudados pela receita e pelo compromisso com as regras fiscais. Mas isso não deve fazer a gente relaxar. Precisamos do olhar atento.”
Ele não escondeu a preocupação com a dívida, que deve superar 80% do PIB brasileiro até o fim do ano. “Estamos migrando para entorno de 82%. É isso que deve mostrar o próximo relatório, a não ser que a gente tenha uma surpresa muito grande, que é improvável.” O secretário ainda explicou que é possível reformular o programa Bolsa Família até o fim do ano para pagar os R$ 300 por mês — defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. A ideia do governo é garantir o pagamento do novo beneficio assim que acabar os repasses do auxilio emergencial. Com relação ao aumento dos servidores, Jeferson Bittencourt lembrou que o reajuste de 5% consumiria R$ 15 bilhões e que será preciso escolher. Com o aumento, pode não ter dinheiro para reajustar o Bolsa Família.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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