Dimas Covas: 35 mil servidores da Segurança Pública de SP serão testados para covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2020 08h58 - Atualizado em 15/05/2020 09h13
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EFE teste coronavirus E, mais uma vez o governo estadual não descartou a adoção do bloqueio total -- também conhecido como lockdown

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que também coordena o Centro de Contingência da covid-19 no Estado de São Paulo, falou sobre o início da testagem em massa dos agentes ligados a Segurança Pública. Para os próximos 20 dias estão previstos 140 mil exames, incluindo 35 mil servidores e seus familiares.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Dimas Covas explicou que existem dois tipos de teste: o PCR e o teste rápido, que será o utilizado nessa ação em grande escala.

“O teste rápido mostra quem já teve a doença por conta dos anticorpos. Do ponto de vista individual ele é muito limitado, porque mostra que quem é negativo ainda está suscetível a pegar a doença. Mas do ponto de vista epidemiológico tem muita importância porque ele apresenta o percentual de pessoas infectadas levando em conta que 80% delas são assintomáticas.”

De acordo com ele, eles são testes diferentes. O PCR, ao contrário do já apresentado, identifica o vírus na fase aguda e é aplicado nos pacientes internados com sintomas graves e profissionais da saúde.

Covas reforçou a importância de controlar a velocidade de transmissão da covid-19 porque o Brasil ainda está longe da chamada imunidade de rebanho. “Temos muito chão pela frente.”

Isolamento social

Dimas Covas voltou a reforçar a mensagem do governador João Doria para que a população fique em casa. De acordo com ele, o “isolamento vertical” não foi adotado de forma efetiva em nenhum lugar do mundo. “Quem iniciou, voltou atrás e isolou todo mundo em maior ou menos restrição.”

Ele justificou falando que a covid-19 não escolhe quem infecta. “Fala-se muito dos idosos como grupo de risco, mas a maioria dos casos pro aqui estão entre 35 e 50 anos. O coronavírus atinge toda a população.”

Quanto aos índices de isolamento, o coordenador do Centro de Contingência disse que o ideal seria em torno de 70% — mesmo com o Estado trabalhando com o número mínimo de 55%.

“Se ficarmos nos índices atuais, a epidemia vai se estender e aí serão necessárias medidas de isolamento social por mais tempo”, concluiu. Na quinta (14), a taxa de isolamento no Estado era de 47% e na Grande de São Paulo de 48%.

Bloqueio total

E, mais uma vez o governo estadual não descartou a adoção do bloqueio total — também conhecido como lockdown — em algumas regiões de São Paulo. Porém, Dimas classificou a medida como extrema.

“O tranca-rua pode e deve ser usado sempre que o crescimento da epidemia suplantar o sistema de saúde, principalmente em relação aos leitos de UTI. Quando a ocupação chega próximo de 90%, acende-se um alerta para essas medidas mais duras.”

Na última quinta-feira (15), essa taxa no Estado estava em 69%. Já na Grande São Paulo, a situação é mais preocupante: 85,5% estão ocupados. Covas ressaltou que essas decisões são analisadas e consideradas dia a dia, mas que a adoção dela nesse momento só teria efeito daqui 15 ou 20 dias.

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