Sem acordos, reforma política pode ir à votação nesta terça no plenário da Câmara
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, leva nesta terça-feira (22) ao plenário a emenda da reforma política sem a certeza de aprovação do distritão, que ele e o PMDB defendem. Há resistências, e uma outra emenda tenta implantar o distritão misto, que também não é consenso.
A dificuldade é conseguir 308 votos favoráveis no plenário.
Antes desta votação, Maia chamou os líderes para uma tentativa do chamado “acordo de procedimento”, a ordem de votação das emendas.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, quer o distritão: “existe proposta alternativa do distritão com o voto de legenda. Claro que chegar a 308 votos é a grande dificuldade, agora, tenho visto trabalho grande para que os mais votados sejam os eleitos. É o empoderamento do voto do eleitor em detrimento dos partidos”.
Mesmo o PMDB está dividido. No Sul, a defesa é do distrital ou nada, com tendência forte de ficar como está hoje: eleição por coligação partidária ou partido. O deputado José Fogaça (PMDB-RS) fez defesa do voto de coligação e do distrital: “no Brasil gera-se um distritão, como um Estado inteiro. Se ele não visitar o Estado inteiro ele não se elege. Precisa gastar enormes quantias de dinheiro. Distritão acaba sendo argumento para fundo eleitoral, que é estapafúrdio, de R$ 3,6 bilhões”.
Outro ponto discutido é o financiamento de campanha. A emenda deve criar o fundo mas sem os R$ 3,6 bilhões da proposta aprovada pela comissão. Há ainda a tentativa de voltar com a doação de empresas, mas a possibilidade, segundo avaliação de líderes, é de que isso dificilmente ocorrerá.
O que pensa o relator
O relator da reforma política na Câmara admitiu que mudanças estruturais no sistema eleitoral ficam só para 2020 ou 2022. Vicente Cândido deu a declaração nesta segunda-feira (21) durante um seminário promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, na Zona Norte de São Paulo.
Vicente Cândido afirmou que, independentemente do resultado, o eleitor não deve esperar mudanças estruturais, pelo menos por agora.
*Informações dos repórteres José Maria Trindade e Tiago Muniz
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