Sem chuvas há mais de um mês, Cantareira opera com 40,8% da capacidade
O nível do reservatório do Sistema Cantareira registrou 40,8% da capacidade nesta segunda-feira (23). O patamar é inferior ao verificado, no mesmo período, pouco antes da crise hídrica de 2014. Na época o índice de armazenamento era de 53,8%.
Há mais de um mês não chove de forma significativa em São Paulo. A meteorologista da Somar, Heloísa Pereira, explica que as precipitações irregulares foram consequências do fenômeno La Niña. “Em julho deste ano a gente observa uma diminuição do volume útil do reservatório em cerca de 10%”, disse.
De acordo com a meteorologista, no começo de agosto é possível ter precipitações na região do Sistema Cantareira. No entanto, nas palavras da especialista: “chuva de inverno não serve para encher reservatório”.
Só no início da primavera que será possível recuperar de forma expressiva os níveis dos reservatórios. Para o gerente nacional de água da ONG internacional: The Nature Conservancy, Samuel Barreto, a curto prazo é difícil que a crise de abastecimento se repita devido às obras realizadas para manter a segurança desse sistema.
Barreto ressalta a importância de investir em outras áreas. “É preciso recuperar os mananciais, a despoluição das bacias hidrográficas, mecanismos de eficiência para reduzir as perdas. Segundo a própria Sabesp, na região Metropolitana perdemos algo em torno de 31%, sendo que 11% é roubo e 20% de perda física dentro das tubulações. É preciso investir em novas tecnologias”, destacou o especialista.
O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na região Metropolitana de São Paulo em 2014, mas atualmente abastece 7,4 milhões.
Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro
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