Sem poupar críticas ao PSDB, Chequer diz que enxugará máquina de “reeleger candidatos”

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2018 11h21 - Atualizado em 31/07/2018 15h05
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Derek Flores/Jovem Pan Em sabatina na Jovem Pan, Rogério Chequer apresentou seus objetivos caso seja eleito governador de São Paulo em outubro

Candidato ao governo de São Paulo pelo Novo, Rogério Chequer, cofundador do Vem Pra Rua, afirmou que a hegemonia do PSDB no comando do governo de São Paulo foi um dos motivos que o estimulou a se candidatar neste ano ao Palácio dos Bandeirantes.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Chequer disse ser “um absurdo que um partido assim não tenha conseguido levar o Estado para outro nível”. Otimista, o nome do Novo disse acreditar em segundo turno, mesmo que as pesquisas indiquem uma disputa entre o tucano João Doria e Paulo Skaf (PMDB).

“É justamente por causa do PSDB ter governado por aqui nos últimos 24 anos e ter trazido o Estado para a situação onde está que decidi me candidatar. É absurdo enxergar que um partido assim não tenha conseguido levar o Estado pra outro nível. Estou deixando de lado minha vida, minha vida estava equacionada e não vou entrar nessa para não gerar impacto. O que fizeram é absurdo e não consigo assistir isso impassivo”, afirmou.

Como alternativa à velha política, Chequer disse quer que a máquina pública funcione e que não são alianças que trarão governabilidade. “O PSDB, nestes 24 anos, criou uma máquina no governo e esta máquina é extremamente eficiente para reeleger políticos deles, e não para entregar serviços de qualidade a quem mais precisa”, criticou.

“Eles [velha política] argumentam que vão trazer governabilidade [com as alianças]. Nós temos tido? De jeito nenhum”, afirmou.

Segundo ele, a primeira ação de governo será entregar órgãos e secretarias para profissionais e não para partidos, como faz a velha política. Em seu entendimento, a formação de alianças traz dívidas a serem pagas com cargos no decorrer da gestão a frente do Palácio dos Bandeirantes.

Chequer também prometeu ter mais diálogo com os deputados estaduais para que fiquem claras as medidas que necessitam da aprovação legislativa e, desta forma, a sociedade também possa fazer o papel de cobrar por tais. “Ao assumir, dado que você foi eleito baseado em medidas que todos sabem que exigem aprovação, cabe ao governador conversar com deputados. Depois de assumir, você não deve mais ter partido. Vamos ver quem está disposto a implementar as medidas legislativas. Se ninguém conseguir e tiver interesse resta ao governo apelar à sociedade”, explicou.

Segurança pública

Tema de suma importância no Estado, a segurança pública foi tratada pelo candidato de forma bastante objetiva: quer colocar os policiais que estão em atividades burocráticas para trabalhar nas ruas.

“O que estamos montando ao longo do plano de governo é montar parcerias, com cinco tipos: sociedade civil organizada, Governo federal, municípios, indivíduo e iniciativa privada. Na Polícia Militar, no Estado, temos 90 mil policiais. Apenas 35 mil nas ruas e outros em atividades administrativas. Estamos treinando nossos policiais para depois os colocarmos em funções burocráticas. A gente está criando o ‘Vem Pra Rua’ para a Polícia. Isso requereria uma contratação de inciativa privada para partes burocráticas”, apresentou.

Sobre a Polícia Civil, por exemplo, Chequer criticou o atual estado em que ela se encontra: “menos gente do que deveria, está mal treinada, mal equipada, mal remunerada e desvalorizada”.

“Enquanto a gente não investir mais na Polícia Civil, trazer tecnologias que funcionaram em outros lugares do mundo, investigar de onde vem os crimes e atuar na prevenção, a PM vai enxugar gelo do outro lado”, lamentou.

A respeito de onde tiraria recursos para a capacitação de dez mil novos agentes de segurança, o candidato reiterou: “diminuição da máquina pública, diminuição de privilégios, deixar de desviar dinheiro”.

“Governo de São Paulo tem mais de 1 milhão de funcionários, e só metade trabalha, o resto são inativos e pensionistas. Tem 87 órgãos que se reportam diretamente ao governador do Estado. Criaram máquina eleitoral, e não de serviços. É dai que a gente vai tirar dinheiro, junto com as parcerias”, garantiu.

Educação

Outro ponto bastante sensível ao cidadão paulista é a educação das crianças e adolescentes. Segundo Chequer, algo que pode ser feito de imediato é estender o período que as crianças ficam na escola para atividades extras como artes, música e esportes.

“Esse é um programa que não é tão caro e que pode ser feito imediatamente para aliviar as mães que precisam trabalhar o dia inteiro”, defendeu.

Saúde

“A gente precisa fazer mais com o mesmo dinheiro”, disse o candidato do Novo. Chequer defendeu ainda parcerias com organizações de saúde e avanços no quesito tecnológico: “hoje tudo é feito de forma manual”.

Privatizações

Defensor da privatização realizada na Linha 4-Amarela do Metrô, Rogério Chequer disse que todas as novas obras serão privatizadas, “aprendendo e melhorando com licitações antigas”.

Com a pretensão de 100 quilômetros de linhas de metrô em 10 anos, ele defendeu que é apenas com o apoio da iniciativa privada que isso pode ocorrer.
Entretanto, apesar da boa experiência, segundo Chequer na administração privada da Linha 4, o mesmo não se vê na concessão de rodovias do Estado, e criticou as “obras extras” para que períodos de concessão sejam prorrogados.

“Dado que no próximo período não precisa mais duplicar porque a qualidade melhorou, o que deveria acontecer é que o preço dos pedágios deveria despencar, mas o que está acontecendo, é que algumas destas concessionárias fazem acordos para obra adicional ao governo e prorrogam o período da concessão e o período que a população tem que ficar pagando pedágios exorbitantes. Entre eles funciona. É ruim para a sociedade. Essa é a politica velha que faz aliança com quem não interessa e não com a sociedade”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o candidato do Novo ao governo de São Paulo, Rogério Chequer:

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