Sem reforma da Previdência, PEC do Teto atinge serviços básicos, diz especialista

  • 08/07/2017 14h16
EFE Governo tem que mexer nos gastos obrigatórios, avalia o especialista

Em entrevista a Denise Campos de Toledo no Jornal da Manhã deste sábado (8), o economista Fabio Klein, da Tendências Consultoria, analisou o cenário das contas públicas brasileiras.

De acordo com a emenda constitucional que limita os gastos públicos, aprovada pelo governo Temer pela chamada PEC do teto no fim do ano passado, o governo federal terá de expandir os gastos em 2018 em no máximo 3%, a inflação do País até junho de 2017.

O “desafio”, para Klein, revela a “natureza muito rígida” do orçamento público brasileiro. “Cerca de 90% dos gastos são de natureza obrigatória”, diz o consultor. Por isso, o governo tem que mexer para aliviar as contas nos outros 10%, os “gastos discricionários”, que “afetam os serviços essenciais e atingem o usuário final”.

“Isso vamos começar a ver com mais força com a regra do teto”, avalia.

Por isso a solução seria diminuir os gastos obrigatórios. E uma das formas seria fazer a reforma da Previdência.

“Se a previdência continuar subindo sob um teto que comprime os outros gastos, vamos observar esse teto que reduz os serviços públicos”, afirmou Fabio Klein.

Para tentar cumprir a meta de 2017, o governo reduz os benefícios fiscais de vários setores para aumentar a arrecadação. “Hoje o governo tem um duplo mandato fiscal”, afirma Klein, citando os desafios de curto e médio-lingo prazo para as contas brasileiras. “O governo vai ter que mexer nos gastos obrigatórios, senão, caso contrário, é muito difícil cumprir esse teto”, diz.

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