Senadores reclamam de rito da reforma tributária e ameaçam adiar votação para 2º semestre
Mal começou o ano legislativo e a reforma tributária já encontra obstáculos no Congresso, mesmo sendo tida como prioridade para o primeiro semestre. A expectativa era de que, nos próximos dias, fosse criada uma comissão mista para se chegar a um texto só em torno do tema — conciliando propostas da Câmara, do Senado e do governo federal.
Porém, senadores já mostram insatisfação pois veem na criação do colegiado uma forma de priorizar a proposta dos deputados, em desfavor à do Senado.
O senador Tasso Jereissati, do PSDB, contestou o prazo estipulado pelos deputados, de aprovar a reforma tributária em abril na Câmara, e até o fim do semestre no Senado.
“Nós sabemos que além de que isso não é possível, é também absolutamente inconsistente se falar em aprovar uma reforma tributária que nem o governo deu o ok e nem se está de acordo.”
O Planalto já sinalizou que vai mandar apenas sugestões — e não em projeto pronto.
Na primeira reunião do ano na Comissão de Assuntos Econômicos, senador Eduardo Braga, do MDB, criticou a decisão. “Num tema em que os Estados possuem interesses difusos, diversos, onde é necessário haver um equilíbrio. O governo vai ficar ausente, não vai apresentar uma proposta?”
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, minimizou a situação. “Independente da Comissão a gente pode trabalhar junto. A gente ouvindo o Senado, o Senado ouvindo a Câmara nas PECs. O diálogo que é importante.”
Os senadores querem convidar o ministro da Economia, Paulo Guedes, a ir na Comissão de Assuntos Econômicos e esclarecer a visão dele sobre a reforma tributária. Líderes do Senado vêm sinalizando que, sem o governo deixar clara uma proposta sobre o assunto, vai ser difícil as mudanças no sistema tributário avançarem no parlamento.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.