Sensação é de estar vivendo em um filme, diz brasileiro morador da Itália

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2020 09h26 - Atualizado em 09/03/2020 09h50
EFE coronavirus De acordo com Bruno Bevenute, a situação chegou ao ponto grave porque a medida certa a ser tomada era drástica

O empresário Bruno Bevenute, morador de Roma há mais de 25 anos, teme o bloqueio de outras áreas da Itália além da região da Lombardia por conta do novo coronavírus. Porém, ele entende que, por mais que sejam exageradas, as medidas são certas.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele relatou que o país está em “caos total”. O decreto isola a região da Lombardia, no norte da Itália, até o dia 3 de abril. Até lá, as recomendações do governo são de que as pessoas só saiam às ruas em último caso.

“A parte norte da Itália foi completamente isolada. O decreto vazou umas horas antes de ser anunciado de forma oficial, então várias pessoas saíram da área que seria afetada. Isso está causando muito caos porque é provável que vão bloquear outras áreas também, já estão cancelando todos os trens e fecharam restaurantes, teatros e cinemas.”

Bevenute, que é dono de uma rádio na região, se preocupa pelos funcionários. “Temos que deixar todos em casa, mas a empresa precisa funcionar. Os jornalistas e locutores precisam entrar no ar. A expectativa é de que teremos meses muito difíceis. Muitas empresas não podem nem abrir, então não é questão de manter a calma. Elas precisam pagar aluguel, funcionários. Com as portas fechadas é impossível.”

De acordo com ele, a situação chegou ao ponto grave porque a medida certa a ser tomada era drástica. “Para tomar medidas drásticas falta coragem, então acabam tomando medidas populares. Paralisar regiões como a Lombardia não é fácil, é como parar São Paulo. Isso cria um pânico, um caos. Mas é uma medida que devia ter sido tomada há duas semanas.”

Segundo Bruno, essa é mais uma preocupação. “O vírus continua viajando, não vai passar de um dia para o outro, e os hospitais não tem lugar para tudo isso ao mesmo tempo. Já são mais de 300 mortos acima de 65 anos, que é quem tem maiores complicações com o coronavírus. Todas essas pessoas não podem entrar em terapia intensiva, os hospitais já estão lotados e não tem mais cama.”

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