Sérgio Cabral deixa a solitária em Curitiba

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2018 11h10
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CASSIANO ROSÁRIO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral quando chegou de algemas para exames no Instituto Médico-Legal de Curitiba (PR) em 19 de janeiro Sérgio Cabral quando chegou de algemas para exames no Instituto Médico-Legal de Curitiba (PR) em 19 de janeiro; "nem Fernandinho Beira-Mar nem Uê receberam esse tratamento", reclama defesa.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral deixou a solitária e agora pode conviver com outros presos e receber visitas da família no Paraná. Cabral ficou quinze dias isolado em uma cela de 12 metros quadrados, no período chamado de triagem, que todos os presos passam ao entrar no Complexo Médico Penal de Pinhais.

Em geral, esse procedimento leva 30 dias, mas como Cabral teve “bom comportamento”, pôde ser liberado antes. Segundo o diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo, o comportamento de Cabral tem sido “exemplar”. Ouça a entrevista completa com Cartaxo:

Desde sexta-feira (2), Sérgio Cabral passou a conviver com os demais presos. O ex-governador está autorizado a se encontrar com familiares, tomar banho de sol e receber comida que vem de fora do presídio.

Mas nada de exageros: nem bolacha recheada é permitida. Além disso, os alimentos devem ser consumidos nos pátios de visita, e o que sobrar deve ser levado de volta pelo visitante.

Na cela, ele está liberado para ouvir rádio e assistir TV e ainda poderá dividir quarto com outros detentos, incluindo aqueles que foram condenados pela Lava Jato.

Sérgio Cabral foi transferido ao Paraná em janeiro, acusado de ter vários privilégios no presídio de Benfica, no Rio de Janeiro.

Em entrevista à Jovem Pan, o defensor de Cabral, advogado Rodrigo Roca, afirma que a declaração do Ministério Público de que Cabral tinha benefícios ilegais não é real. “Quando se acrescenta a uma frase o nome de Sérgio Cabral, tudo passa a ser superlativo, tudo é potencializado, e quase sempre para o mal, quase sempre para iludir, quase sempre para induzir as pessoas a encontrarem uma verdade que não existe”, afirmou a defesa.

O advogado de Sérgio Cabral ainda criticou a forma como o político foi tratado ao chegar na região metropolitana de Curitiba:

“Nem Fernandinho Beira-Mar nem Uê (traficante Ernaldo Pinto de Medeiros) receberam esse tratamento de ser acorrentado pelos pés, cinturas, mãos e puxado pela Polícia Federal até o Instituto Médico Legal”, indignou-se a defesa.

21ª denúncia

Nesta última semana, o ex-governador do Rio se tornou réu pela 21ª vez em denúncia que o acusa de esquema com mais de 200 atos de lavagem de dinheiro.

O defensor de Cabral, Rodrigo Roca, afirma que a vigésima primeira acusação contra o político não impressiona. “Não há nada de novo. É simplesmente mais do mesmo. A mesma história com a mesma acusação, as mesmas peças e os mesmos delatores. Não há nada diferente da primeira denúncia”, disse.

Com informações de Marcella Lourenzetto, Tiago Muniz e Claudio Tognolli ao Jornal da Manhã:

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