Sergio Moro nega ‘turbulência’ após ser chamado de ‘mentiroso’ pela PF

Nesta semana, instituição rebateu o ex-juiz após falas sobre ações de combate à corrupção; ex-ministro cita respeito e diz que críticas são construtivas

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2022 08h14 - Atualizado em 19/02/2022 11h57
RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, discursa durante lançamento de seu livro Ex-ministro tenta apaziguar os ânimos e diz que as críticas são construtivas

Um confronto entre Sergio Moro e a Polícia Federal (PF) levou a um mal-estar. Nesta semana, em nota, a instituição chamou o ex-juiz de “mentiroso” após ele dizer que a corporação não está empenhada no combate à corrupção. As relações se estremeceram desde que ele deixou o Ministério da Justiça, acusando o presidente Jair Bolsonaro de tentativa de intervenção na instituição. Nesta sexta-feira, 18, negou que haja uma “turbulência” na relação. “Não teve nenhum embate com a Polícia Federal. Tenho grande respeito pelos agentes, servidores, delegados, peritos, papiloscopistas, todos ali. Eu fui quem mais defendeu a Polícia Federal na história recente desse país”, disse o ex-ministro. Apesar da fala, Moro reiterou que é ‘inegável’ que as ações de combate à corrupção deixam a desejar.

“Não adianta mencionar o número de prisões, que caíram. O ponto fundamental é: quem está sendo preso? Os grandes tubarões da corrupção, os grandes barões? A gente tem visto investigações e operações sobre casos de grandes corrupções ou quem tem sido apenas processo os pequenos corruptores ou corruptos magrinhos? Houve uma queda de qualidade”, afirmou. O ex-ministro tenta apaziguar os ânimos e diz que as críticas são construtivas. “A gente quer que a PF tenha autonomia para fazer seu trabalho e combater a corrupção. A corrupção não acabou, mas está faltando sim. Meu embate não é com a instituição, o que houve foi uma tentativa do diretor da Polícia Federal de interferir no debate eleitoral“, completou. Sergio Moro se reuniu com Michel Temer em São Paulo. O ex-presidente da República defendeu a pacificação no país.

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