Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato, se despede da magistratura para integrar governo
Sérgio Moro ficou conhecido em todo o Brasil e até mesmo pelo mundo por sua atuação frente a Operação Lava Jato.
Agora, depois de aceitar a missão do presidente eleito Jair Bolsonaro, passará a integrar seu governo e será o futuro ministro do superministério da Justiça e Segurança Pública, com a fusão dessas pastas que hoje são separadas.
Sergio Fernando Moro nasceu em 1972, em Ponta Grossa, no Paraná, e cresceu em Maringá, cidade em que se formou em direito pela Universidade Estadual de Maringá. É casado com a advogada Rosêngela Wolf Moro e pai de dois filhos.
Começou no direito como advogado e, em 1996, com 24 anos, foi admitido no concurso para juiz federal. É mestre e doutor em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná, instituição em que foi professor adjunto de Direito Processual Penal entre 2007 e 2016. Hoje também dá aulas no curso de graduação e da pós-graduação do Centro Universitário Curitiba.
Trabalhou em casos como o escândalo do Banestado e a Operação Farol da Colina, além de ter auxiliado, no Supremo Tribunal Federal, a ministra Rosa Weber durante o julgamento dos crimes relativos ao escândalo do Mensalão.
Foi na Operação Lava Jato que atingiu o ponto alto da exposição em sua carreira. A primeira fase foi deflagrada em 2014 e, de lá para cá, Moro sentenciou 46 processos, que renderam 140 condenações de pessoas por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Dentre os condenados em sua Vara Federal estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha.
No ano passado, no Fórum Mitos e Fatos Justiça Brasileira, promovido pela rádio Jovem Pan, Sergio Moro disse que o trabalho da operação é algo único na história do Brasil.
Neste mesmo evento, disse que a impunidade, no Brasil, precisa de um ponto final, para que as pessoas não percam a fé na democracia. Seu trabalho tomou proporções internacionais, ao ponto de, neste ano, receber o título de Doctor of Laws, honoris causa, pela University of Notre Dame du Lac, South Bend, Indiana.
Também neste ano recebeu o prêmio “Pessoa do Ano” da “Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova Iorque. Em carta aos jornalistas, nesta quinta-feira, disse que a “perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos”, o leva a tomar a decisão de abandonar seus 22 anos na magistratura.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.