‘Setor de óleo e gás pode ser redenção para o Brasil’, diz diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2018 10h15 - Atualizado em 24/11/2018 11h24
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Divulgação/Petrobras petrobras Brasil produz 50 mil barris de petróleo por dia a partir do pré-sal

“O setor de óleo e gás pode ser uma redenção para o Brasil”, afirmou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires Rodrigues, em entrevista ao Jornal da Manhã neste sábado (24). Ele falou sobre a cessão onerosa, projeto em pauta no Congresso Nacional que prevê que a Petrobras transfira até 70% dos direitos de exploração do pré-sal a instituições privadas.

“O pré-sal está se mostrando uma grande oportunidade para investimentos gigantescos, que vão gerar empregos e uma receita grande através das participações governamentais.” Com a alteração na legislação, é esperado que leilões rendam até R$ 100 bilhões, o que seria um alívio ao rombo financeiro registrado por todas as esferas governamentais brasileiras.

Com o horizonte dos recursos, cidades e governo estaduais se interessaram em “participar do valor elevadíssimo” dos leilões, que dependem de aprovação do Senado. Hoje, o dinheiro do petróleo “vai integralmente ao Tesouro Nacional”, explicou Rodrigues.

“Poderia haver uma emenda [ao projeto] para a divisão entre União, estados e municípios”, apontou. Essa mudança faria com que a matéria retornasse à Câmara, para avaliação de deputados federais, antes de ser votada definitivamente por senadores. Apesar do resultado positivo, isso atrasaria o “mega leilão”, que estava previsto para janeiro do ano que vem.

Novo governo

Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, é possível que Jair Bolsonaro dê continuidade ao programa que está sendo desenvolvido na Petrobras. “O futuro governo já se mostrou simpático à ideia [da cessão onerosa]”, apontou Rodrigues, que indica a produção de 50 mil barris de petróleo por dia no pré-sal do Brasil, a maior quantidade do mundo.

Para Adriano Pires Rodrigues, é preciso dar continuidade ao trabalho iniciado pelos presidentes da estatal Pedro Parente e Ivan Monteiro, a quem creditou a alteração da política de preços seguindo o mercado internacional e a redução de cursos de operação. “Eu acho que o Roberto Castello Branco vai dar sequência nisso, porque esse é o caminho.”

“Você precisa ter uma Petrobras que volte a ser eficiente e dar lucro para o acionista”, apontou. Castello Branco foi indicado à presidência da Petrobras pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, no último dia 19. “A Petrobras foi dizimada no governo do PT, em particular no de Dilma [Rousseff].”

“As privatizações devem continuar. Não faz sentido a Petrobras ser dona de 17 refinarias, quando isso não é negócio da Petrobras”, criticou Rodrigues, que também citou que “ser dona de distribuidora de combustíveis” é atividade incompatível com a missão da estatal. O vice-presidente eleito Hamilton Mourão já indicou que a BR Distribuidora pode passar para a iniciativa privada.

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