Setor de turismo pode perder US$ 22 bilhões em consequência do surto de coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2020 06h47 - Atualizado em 02/03/2020 09h14
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EFE/EPA/SIMONE VENEZIA O ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio, condena a desinformação em relação à doença no país e lembra que pouquíssimas cidades tiveram casos confirmados

Pessoas do mundo todo estão adiando viagens e alterando os roteiros por causa do surto causado pelo novo coronavírus. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a epidemia pode fazer o setor perder US$ 22 bilhões, principalmente na Ásia.

A jornalista Mariana Lima faria um cruzeiro na China e no Japão, mas o passeio foi cancelado. “Eu e meus pais tivemos que escolher outro local para visitar e vamos para Itália e para Grécia. Estamos receosos, mas esperamos que melhore até setembro.”

A Itália, país com o maior número de casos da doença na Europa, também é um destino cobiçado principalmente por brasileiros. Porém, desde a semana passada quando o número de infectados disparou no país, reservas de hotéis vem caindo dia após dia.

O ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio, condena a desinformação em relação à doença no país e lembra que pouquíssimas cidades tiveram casos confirmados e mortes em decorrência do coronavírus.

Com viagem marcada para Roma em julho, a produtora de conteúdo Isabel Strabon, diz que, por enquanto, não pretende mudar os planos. “As notícias do coronavírus não me assustaram, vou ficar um mês na região de Veneza e não me preocupei porque ainda tem bastante tempo até lá. Então até julho eu acredito que já via ter normalizado toda a situação no país.”

Assim como a Isabela, turistas de outros países, como França e Espanha, também não estão deixando de viajar para a Itália. Para a estudante espanhola Candela, de 20 anos, “o coronavírus parece ser apenas uma outra gripe comum”.

A epidemia, no entanto, tem causado dor de cabeça para quem estava prestes a viajar. A agente de viagens Amanda Poleti embarcou para a Europa no sábado e teve gastos inesperados com alterações de hospedagens.

“Nos últimos dias a gente teve muitas dúvidas do que fazer ou não fazer, já que um dos destinos era a Itália. Tiramos ela do roteiro e tivemos que remarcar hotéis. Não vamos ter reembolso dos trens e nem do voo da Alitalia.”

De acordo com a presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio SP, Mariana Aldrigui, o setor é um dos que mais sofrem os impactos econômicos do surto. “Diversos voos cancelados, hoteis sendo temporariamente fechados. Isso começou na China mas já está na Itália, na Austrália. O setor de cruzeiros foi muito impactado.”

Segundo a especialista, ainda é cedo para avaliar as consequências para o mercado de viagens global. Mariana Aldrigui ressalta, porém, que destinos nacionais devem ser mais procurados nos próximos meses.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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