Setor de viagens corporativas retoma nível de faturamento pré-pandemia

Acumulado do primeiro trimestre de 2022 foi de quase R$ 2 bilhões, mas ainda ficou 27% abaixo do calculado para o mesmo período de 2019

  • Por Jovem Pan
  • 16/05/2022 11h05
Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo - 27/04/2022 Movimentação na área de despacho de bagagens do aeroporto de Congonhas Movimentação na área de despacho de bagagens do aeroporto de Congonhas, em São Paulo

Segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), em março de 2022 o setor praticamente retomou o faturamento do mesmo mês de 2019. O setor, que foi fortemente impactado pela pandemia de coronavírus, tem agora perspectivas otimistas para este ano. O faturamento foi de R$ 869 milhões, 2% abaixo da marca de março de 2019, quando registrou R$ 890 milhões. O acumulado do primeiro trimestre deste ano, resultado foi de um bilhão oitocentos e cinquenta e seis milhões de reais, ainda a 27% abaixo dos números de 2019.

A expectativa é de que os números também sejam positivos em abril e só não devem superar os números do mesmo mês do ano 2019 em função dos dois feriados consecutivos de Páscoa e Tiradentes. As datas são positivas para turismo de lazer, no entanto acabam atravancando um pouco viagens corporativas. O aumento do diesel é um fator que, em um primeiro momento, pode impactar o setor. Mas, mesmo assim, o presidente da Abracorp, Gervásio Tanabe, avalia o cenário com otimismo. “Claro que há um impacto. Talvez numa decisão isso pese. Mas hoje a necessidade da viagem está maior do que a necessidade de redução de custos, contenção de custos. Isso é importante, impacta, nós nos preocupamos muito com isso, mas nós esperamos que, no médio prazo, já no segundo semestre haja um equilíbrio maior de preços”, diz.

Com relação ao aumento dos preços das passagens, Tanabe aposta inclusive em uma queda. “O que nós esperamos agora é uma tendência de queda, até porque as companhias aéreas também começam a aumentar a oferta. E começam a aumentar a oferta nos mercados corporativos. Ou seja, uma ponte aérea, um aeroporto de Congonhas, por exemplo, aqui perto, ele já começa a ter uma densidade maior de vôos. E, com isso, é uma coisa natural, você começa a ter, na medida que começa a ter mais ofertas, você começa a ter uma queda maior de preços”, afirma Tanabe.

Com a pandemia, os eventos corporativos até se adaptaram com as convenções online, mas, para Gervásio Tanabe, vivenciar a experiência de forma presencial é diferente, e as empresas entendem essa necessidade. Para ele, o online não vai substituir o presencial, apenas expandir o alcance dos eventos. “Não é ainda a tônica geral, mas eu já conheço grandes empresas multinacionais que já colocaram dentro da sua política de viagens permitir que o funcionário que viaje, permitir por exemplo ir numa quarta-feira e ele, em vez de voltar na sexta-feira, ele possa esticar o final de semana com a família, por exemplo”, comenta.

São Paulo concentra a maior parte dos eventos corporativos, mas nos últimos tempos tem tido uma diversificação desses locais. José Graco, dono de uma agência de viagens corporativas, avalia a perspectiva como positiva. “Hoje, algumas empresas escolhem fazer em algumas regiões do Brasil, vou citar o Nordeste, por exemplo, que nos últimos dois anos, isso já vinha acontecendo, agora, com uma nova demanda, em 2022 vai acontecer muito mais, na região de Recife, no litoral do Porto de Galinhas, em Fortaleza, o litoral do Ceará, Bahia, Salvador, então nessas regiões tem se concentrado esses grandes eventos, as convicções dessas grandes empresas”, relata. No âmbito internacional, a situação é um pouco mais incerta e o setor ainda não conseguiu retomar aos níveis pré-pandemia.

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