Tebet: Acho difícil projeto da Câmara ser aprovado, mas mais de R$ 40 bi devem ser repassados
A presidente da CCJ do Senado Federal, a senadora Simone Tebet, acredita que o valor destinado como ajuda financeira aos estados e municípios não será menor que R$ 40 bilhões. “A semana será quente, com muita discussão, mas menos de R$ 40 bilhões não deve ser repassado.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, ela falou sobre a discussão que divide opiniões entre a Câmara dos Deputados e o governo federal — e qual será o papel do Senado na aprovação do dinheiro no combate ao novo coronavírus.
“Eu acredito que é difícil ser aprovado como veio da Câmara, prevendo mais de R$ 80 bilhões, mas a noticia positiva é que vai ser aprovada mais uma entre tantas ajudas financeiras para estados e municípios”, explicou. Desde o decreto de calamidade aprovado na Casa, há menos de 30 dias, já foram abertos cerca de R$ 220 bilhões em crédito.
De acordo com Simone, o maior problema com o pacote aprovado pela Câmara é que a contrapartida dos estados e municípios ainda é “muito vaga”. “A briga não está apenas no valor, mas também no entendimento de contrapartida. Em qual esforço será feito para não se gastar aleatoriamente, mas pensando na retomada da normalidade.”
A senadora classificou como “tiroteio saudável” a discussão, já que tanto o Congresso quanto o governo querem a mesma coisa ao ter o mesmo objetivo. Segundo ela, o papel do Senado nesse momento é “entrar em um acordo ao ouvir as duas partes e suas propostas buscando o que for melhor para o país”.
Simone Tebet defendeu o corte de salário dos parlamentares até o fim de 2020 como um “ato simbólico” no combate ao novo coronavírus, assim como a votação sobre um possível novo destino ao dinheiro do fundo eleitoral. “Uma hora a conta vai chegar e vamos precisar aprovar algo sobre esses dois temas.”
Tebet reconheceu que “todos estão atrasados” por não terem preparado o sistema de Saúde para a chegada da covid-19 e afirmou que o inimigo maior é o vírus. Para ela, a representatividade dos estados no Senado deve evitar uma má distribuição da verba que for aprovada — ao contrário do que dizem sobre o montante beneficiar apenas o Sul e o Sudeste.
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