Sindicalistas criticam proposta de aumento de 43% para diretores da Petrobras

Salário do presidente da estatal, Jean Paul Prates, subiria de aproximadamente R$ 115 mil para R$ 165 mil em caso de aprovação

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2023 13h57
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Fernando Frazão/Agência Brasil Fachada da Petrobras Fachada da sede da Petrobras, que fica na cidade do Rio de Janeiro

O aumento de 43,8% nos salários dos administradores da Petrobras, sugerido pelo Conselho de Administração da estatal, recebeu críticas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que entende que aumento desse tamanho representa uma grande disparidade em relação ao salário mínimo do país e dos salários a funcionárias de outras empresas públicas e até mesmo de economia mista. Cálculos extraoficiais apontam que o salário do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que hoje é de aproximadamente R$ 115 mil, subiria para R$ 165 mil caso a proposta seja aprovada. A FUP destaca ainda a diferença de tratamento que vem sendo dado aos funcionários comuns e os executivos que comandam a empresa. Segundo a federação, desde 2016, os petroleiros não recebem ganho real de salário enquanto os diretores tiveram acréscimo desde 2013. Os cálculos da federação, com base em atas de assembleias dos acionistas, mostram que de 2013 a 2022, o salário de um executivo da Petrobras subiu 72%, mesmo a inflação no período ficando em 80,5%. O total gasto com diretores, contabilizando salários, benefícios e remuneração variável, entre outros, subiu 182% no mesmo período. O reajuste de 43,8% será definido na Assembleia de Acionistas da empresa, programada para acontecer no fim do mês de abril.

O coordenador geral da FUP, David Bacelar, disse à Jovem Pan que considera a proposta de aumento uma excrescência. “Nós precisamos compreender que esses administradores, de 2013 até 2022, já conseguiram um reajuste de 182%, mesmo a inflação nesse período, segundo o INPC, sendo de apenas 80,5%. É inadmissível que tenhamos uma decisão como essa. Sabemos que ainda vai ser avaliada essa decisão tomada pelo Conselho de Administração, e a Assembleia-geral dos Acionistas é que ratificar isso ou não, no dia 27 de abril”, disse.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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