Social-democratas aceitam negociar nova coalizão com Merkel na Alemanha
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, acordou um pouco mais animada nesta segunda-feira (22), embora demonstrar emoções não seja o seu forte.
A esquerda do país dela, liderada pelos social-democratas, finalmente aprovou o início das negociações formais para criação de uma nova coalizão.
A Alemanha está à espera da formação de um novo governo desde setembro do ano passado, quando as eleições gerais terminaram em impasse, o maior desde a Segunda Guerra Mundial.
O partido de Merkel foi o vencedor, mas o avanço da extrema-direita e a pulverização da esquerda impediram que Merkel formasse seu quarto governo logo de cara.
A última alternativa dela antes de convocar novas eleições era contar com o apoio dos sociais-democratas.
O problema é que as agendas dos dois lados nunca estiveram tão distantes. Merkel quer atrair de volta os eleitores que estão migrando para a extrema-direita preocupados principalmente com a questão da imigração.
Já a esquerda viu sua base de votos minguar justamente por defender políticas que se afastam de sua base. E, no caso, uma simpatia maior com imigrantes e refugiados é um dos temas sensíveis para este campo político.
No fim, todos os lados terão que ceder para evitar que a maior economia da Europa fique ainda mais tempo neste período de incertezas políticas.
Merkel vai poder viajar para Davos, onde discursará no Fórum Econômico Mundial na quarta-feira, um pouco menos preocupada com o futuro de seu governo.
Parece claro, no entanto, que o período da mulher mais poderosa do mundo à frente do governo de Berlim está com seus dias muito bem contados a partir de agora.
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