Soltura de Rocha Loures contrapõe MP e juristas
Decisão do Supremo Tribunal Federal de soltar Rodrigo Rocha Loures causa insatisfação em integrantes do Ministério Público, mas é defendida por juristas.
Decisão do Supremo Tribunal Federal de soltar Rodrigo Rocha Loures causa insatisfação em integrantes do Ministério Público, mas é defendida por juristas.
O ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer deixou a superintendência da Polícia Federal, em Brasília, no último sábado.
Ele foi solto após decisão dada na sexta-feira pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Suprema Côrte.
O magistrado determinou ao político o cumprimento de medidas cautelares alternativas, entre elas o uso de tornozeleira e recolhimento domiciliar noturno.
O procurador-geral da República não aprovou a atuação de Fachin, pois considera que há um conjunto de provas robusto contra Rocha Loures.
Em evento em São Paulo, Rodrigo Janot destaca que a mala carregada pelo ex-deputado é um indício que não pode ser ignorado:
A procuradora da República Thaméa Danelon segue na mesma linha de Janot e defende que os elementos colhidos pelas autoridades indicam culpa de Loures.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, a coordenadora do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal criticou a decisão do Supremo.
Autora do pedido de prisão, a Procuradoria Geral da República havia se manifestado contra a soltura no processo.
A defesa, por sua vez, argumentou que não havia mais risco com a liberdade e que a prisão preventiva não pode servir para forçar delações premiadas.
Em entrevista a Daniel Lian, o jurista Ives Gandra Martins concorda com os advogados de Loures e indica que a decisão do STF foi acertada.
Para ele, o Ministério Público não pode usar a prisão como ferramenta para conseguir delações premiadas – isso, segundo o jurista, é tortura:
Rodrigo Rocha Loures estava preso desde 3 de junho e sua soltura coincide com as reclamações da defesa sobre as condições em que ele estava preso.
Os defensores reclamaram que o cliente estava em uma cela sem janela, com pouca ventilação, sem banheiro nem chuveiro, na carceragem da Polícia Federal.
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