Soltura de Temer divide meio político em Brasília
A soltura do ex-presidente Michel Temer dividiu opiniões no meio político. A decisão em segunda instância foi comemorada por aliados e por políticos do partido dele, o MDB.
Fiel escudeiro de Temer no Governo passado, o ex-ministro Carlos Marun, também do MDB, disse que o ex-presidente vai provar a inocência ao final do processo e celebrou a saída dele da prisão: “isso tem para mim importância ainda maior, já que como advogado eu consigo recuperar a confiança na Justiça, coisa que eu havia perdido”.
O deputado Paulo Pimenta (PT), que tinha criticado a prisão de Temer, disse que a liberação era esperada. Na visão dele, a sentença do juiz Marcelo Bretas era frágil e a prisão se deu por razões políticas: “quando você politiza a Justiça, passa a julgar baseado em preferências de natureza pessoal, partidária e ideológica, a Justiça erra muito”.
Nas redes sociais, o senador Randolfe Rodrigues (REDE) lamentou a decisão e criticou o desembargador Antônio Ivan Athie, citando que ele já comparou propina a gorjeta e estranhando o fato de ter julgado o habeas corpus nesta segunda-feira (25), e não na quarta-feira, como estava previsto.
Na Câmara, o deputado Daniel Coelho, do Cidadania, antigo PPS, disse que respeita a decisão da Justiça e as instituições, mas vê indícios fortes contra Temer: “para mim está nítido, pelo que foi apresentado, que os indícios de que o ex-presidente Temer cometeu crimes ao longo da vida são muito claros”.
Em nota, o MDB disse que a decisão reconstituiu a ordem, reconheceu a arbitrariedade e violação dos procedimentos tomados e restabeleceu as garantias constitucionais a Temer e ao ex-ministro Moreira Franco. O partido afirmou que espera que, a partir de agora, as investigações se deem dentro da legalidade, até que a verdade seja restabelecida.
*Informações do repórter Levy Guimarães
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