São Paulo adota medidas mais rígidas no rodízio; especialista contesta eficácia

FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO A prefeitura anunciou ainda que os profissionais da saúde estarão isentos do rodízio

O rodízio na cidade de São Paulo vai voltar a partir da próxima segunda-feira (11) com regras mais rígidas que antes da pandemia. A decisão foi anunciada na quinta-feira (7), um dia depois de a capital paulista registrar quarenta quilômetros de congestionamento e chegar a mais de duas mil mortes pela Covid-19.

A medida vale para toda a cidade, não só para o centro expandido, todos os dias da semana, incluindo sábados e domingos, e estará em vigor vinte e quatro horas por dia. Carros com placa de final par só poderão circular na capital paulista em dias do mês pares; veículos com placa final ímpar, apenas em dias do mês ímpares.

Por exemplo, na segunda-feira (11), quando o rodízio começa a valer, só vão estar permitidos os automóveis com placas final um, três, cinco, sete e nove. No dia seguinte, terça-feira (12) podem circular os carros com placas final zero, dois, quatro, seis e oito.

Segundo o prefeito Bruno Covas, momentos extremos exigem medidas extremas. Ele afirmou ainda que voltou atrás da decisão de liberar o rodízio porque isso acabou incentivando as pessoas a não respeitarem o isolamento social.

A prefeitura anunciou ainda que os profissionais da saúde estarão isentos do rodízio. Para isso, é preciso fazer um cadastro, nos próximos dez dias, pelo e-mail: isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br. Durante este prazo, as multas que forem aplicadas aos profissionais da saúde serão canceladas automaticamente.

Se o cadastro não for feito, esse profissional poderá recorrer, segundo o secretário municipal de transportes, Edson Caram. De acordo com o secretário, a isenção do rodízio continua valendo para aqueles que já eram liberados anteriormente, como a polícia militar e o exército.

A medida anunciada pela prefeitura foi criticada pelo consultor de engenharia de tráfego e transportes Horácio Figueira, que defende que o foco seja dado às pessoas e não aos automóveis.

“Eles estão querendo diminuir a circulação de veículos, o objetivo não seria diminuir a circulação de pessoas? Então, o que eu sugeri há alguns dias, as blitz deveriam ser nos bairros, onde as atividades comerciais continuam, a maioria delas, abertas e as pessoas circulando.”

Para evitar aglomerações no transporte público com a volta do rodízio, a prefeitura também anunciou que vai adicionar à frota atual mais mil ônibus a partir de segunda-feira. Neste mesmo dia também vai voltar a valer a zona máxima de restrição para a circulação de caminhões na cidade de São Paulo. Só estarão excluídos os caminhões das áreas de saúde e abastecimento.

*Com informações da repórter Nicole Fusco