Substituta de Moro, juíza Gabriela Hardt interroga dois delatores da Odebrecht no caso do sítio de Atibaia

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2018 06h24 - Atualizado em 06/11/2018 06h24
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Reprodução/Polícia Federal O primeiro a ser ouvido foi o engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, funcionário da Odebrecht que ficou responsável pela reforma na propriedade

A juíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, Gabriela Hardt, interrogou nesta segunda-feira (05) dois réus do processo do sítio de Atibaia, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é réu.

O responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, era o juiz federal Sérgio Moro, que se afastou das atividades depois de aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para comandar o futuro Ministério da Justiça.

O primeiro a ser ouvido foi o engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, funcionário da Odebrecht que ficou responsável pela reforma na propriedade. Ele confirmou que a obra seria em benefício do ex-presidente Lula e que a maior preocupação durante os serviços era com a possibilidade de ocorrer algum acidente de trabalho, já que não havia contrato e que os trabalhadores recebiam “por fora, em dinheiro e sem recibo”.

O engenheiro afirmou que, logo no início, recebeu a orientação de que não houvesse nenhuma identificação da Odebrecht na obra.

Maria Lúcia Tavares, identificada pelo engenheiro, era a secretária do departamento de propinas da Odebrecht e foi a primeira da empresa a fechar um acordo de delação premiada na Lava Jato.

Depois que a reforma foi finalizada, Emyr se encontrou com o advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula, para regularizar a situação da obra.

Na sequência, o ex-diretor da Odebrecht, Carlos Armando Guedes Paschoal, confirmou que foi procurado por um executivo da empreiteira para realizar uma reforma em uma casa, localizada em Atibaia, que seria usada pelo então presidente Lula. Ele confirmou à juíza Gabriela Hardt que a princípio a obra ficaria em R$ 500 mil e seria necessário pelo menos um mês para realizar a reforma.

Os dois funcionários da Odebrecht, que prestaram depoimento nesta segunda-feira, fecharam com a Procuradoria-Geral da República um acordo para relatar irregularidades cometidas pela construtora em troca de eventual redução de pena.

Essa ação penal investiga se Lula recebeu propina da Odebrecht e da OAS por meio da aquisição e de reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, atribuído a ele.

Conforme a denúncia do Ministério Público Federal, as melhorias no imóvel totalizaram mais de R$ 1 milhão. O ex-presidente nega as acusações e diz não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos dele. O interrogatório de Lula está marcado para o dia 14 de novembro

*Informações da repórter Natacha Mazzaro

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