Supremo da Venezuela decidirá se julga e afasta procuradora-geral em cinco dias
A guerra entre a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, que enfrenta sua possível destituição e a Corte máxima do país teve mais um capítulo.
Ex-aliada de Nicolás Maduro, ela é a primeira chavista em posição de poder que bate de frente com o presidente e sua convocação a uma Assembleia Constituinte.
Nesta terça-feira (04), ela se negou a comparecer a uma audiência preliminar no Tribunal Supremo convocada pelo deputado chavista Pedro Carreño. O político a acusa de “mentir” por ter afirmado que não aprovou a eleição de 33 magistrados em 2015.
”Ela se negou ao país de participar da audiência, isso é um erro grave. Mais que isso ela atentou contra a moral, contra a ética do poder público. Ela sofreu as consequências, se passou por traidora assim como Judas, o primeiro traidor que está na Bíblia”, disse Carreño.
Luisa Ortega considerou o processo contra ela uma violação para anular o Ministério Público: “apesar de ter recusado aos magistrados e que não compareci ao Tribunal, não vou convalidar um circo que mancha nossa história e cuja decisão já está cantada. Ainda mais que eu não reconheço os magistrados, são ilegítimos e inconstitucionais”.
Quem saiu em defesa de Ortega Díaz no Brasil foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ele assinou um documento junto com chefes dos ministérios públicos de países ibero-americanos de apoio à sua colega da Venezuela em seu papel de resguardo da constitucionalidade.
Agora, o Supremo da Venezuela decidirá se vai julgar e afastar a chefe do Ministério Público em cinco dias.
*Informações do repórter Victor Moraes
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