Supremo deve julgar nessa terça (28) denúncia de racismo contra Bolsonaro
De olho na corrida presidencial desse ano, o deputado federal e candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, quer se livrar logo de qualquer assunto que possa ser uma pedra no sapato.
Recentemente, o deputado pediu para o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello para que o julgamento de uma denúncia fosse feito repidamente. O ministro Marco Aurélio é relator do suposto caso de racismo de Bolsonaro contra um quilombo, da região de Eldorado, em São Paulo.
Esse julgamento estava agendado para o mês que vem. Mas Marco Aurélio Mello pediu para o presidente da Primeira Turma do Supremo, e o ministro Alexandre de Moraes aceitou. Adiantou a votação, que está na agenda desta terça-feira (28).
Além de Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes, os ministros Luiz Fux e Luís Roberto Barroso e a ministra Rosa Weber vão votar se aceitam ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Para a PGR, houve racismo quando Bolsonaro disse numa palestra, em abril do ano passado, que naquele quilombo os negros não serviam nem para reproduzir devido ao peso deles e usou a medida atribuída a animais, a arroba, para falar isso.
O que a Primeira Turma do STF vai julgar amanhã é justamente se concorda ou não com a Procuradoria. Se isso acontecer, Bolsonaro vai se tornar réu nesse processo. O que pode não ser nada bom para ele, já que na última semana, o ministro Celso de Melo disse publicamente que a possibilidade de alguém que é réu num processo criminal tomar posse da presidência é um tema que ainda tem que ser muito bem debatido pela Justiça.
E o Supremo Tribunal Federal já deu diversas demostrações de que dali de dentro tudo pode acontecer, independentemente de qualquer tipo de lógica comum.
Do julgamento desta terça-feira, Bolsonaro pode sair ileso, caso a denúncia seja rejeitada. Mas ele já é réu no processo sobre incitação ao estupro, depois da briga com a deputada Maria do Rosário.
A defesa do deputado, no entanto, diz que ele está tranquilo porque essas declarações fazem parte da retórica do capitão, que pode falar o que bem pensar já que ele tem imunidade parlamentar e também é o típico exemplar de um homem rústico.
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*Informações do repórter Caio Rocha
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