Surdos cobram inclusão e pedem ensino de Libras em escolas públicas
Pessoas com deficiência auditiva cobram maior inclusão, com ensinamento obrigatório de Libras nas escolas públicas. Reconhecida por lei em 2002, a Língua Brasileira de Sinais ganhou destaque nos últimos dias ao ser usada durante discurso da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na posse do presidente Jair Bolsonaro.
Não trata-se apenas da gestualização da língua portuguesa, sendo essencial para que surdos possam receber informações. A estudante de fisioterapia e youtuber Giovanna Borges, de 19 anos, é surda oralizada. Para ela, a demanda por ensino de Libras obrigatório nas escolas é fundamental para a inclusão.
Para quem não tem acesso ao ensino de Libras, existem instituições como a Derdic, que é mantida pela Fundação São Paulo e vinculada à PUC de São Paulo. A unidade atua em pesquisa, educação e atendimento clínico para pessoas surdas.
Para Priscila Gaspar, professora de Libras da Derdic, o avanço da tecnologia tem propiciado maior acessibilidade. Segundo ela, já se tem tablets e smartphones com diversos aplicativos, e pelo WhatsApp, é possível fazer videochamadas ou enviar e receber mensagens filmadas.
Apesar dos avanços, Priscilla Gaspar apontou algumas barreiras, como a falta de legenda em parte da programação de televisão, e os erros no sistema closed caption.
Na busca por solucionar problemas de acessibilidade, a Hand Talk desenvolveu uma plataforma de tradução do Português para a Língua Brasileira de Sinais. O aplicativo, considerado o Google Tradutor dos Surdos, tem mais de 140 mil usuários ativos mensais. João Vitor, coordenador de marketing da empresa, ressaltou a importância da iniciativa.
De acordo com o IBGE, existem no Brasil cerca de 9 milhões e 700 mil surdos. Ao todo, 2 milhões e setecentas mil pessoas utilizam a Língua Brasileira de Sinais.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
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