Suspeito confessa assassinato e participação de filha em crime no ABC
A Polícia Civil está mais perto de concluir a investigação sobre o assassinato da família encontrada carbonizada em São Bernardo do Campo. Em depoimento, um dos suspeitos de ter participado crime no ABC paulista confessou envolvimento no crime e disse que a morte do pai, Romuyuki Gonçalves, da mãe, Flaviana Gonçalves, e do irmão, Juan Victor Gonçalves, foi autorizada pela filha, Ana Flávia Gonçalves.
Juliano de Oliveira Ramos Júnior contou ainda Ana Flávia e a companheira dela, Carina Ramos, teriam planejado o crime e participado das mortes. Ele é primo de Carina, e foi preso nesta segunda-feira. Além do trio, Guilherme Ramos da Silva e Michael Robert dos Santos também foram detidos sob a suspeita de envolvimento com as mortes.
A polícia ainda investiga um sexto participante do grupo, que teria dado carona para os demais depois de incendiar o carro na Estrada do Montanhão, em São Bernardo.
Aos investigadores, Juliano relatou que Carina e Ana Flavia informaram que a família guardava R$ 85 mil em um cofre dentro da casa, em Santo André. Dessa forma, o grupo decidiu simular um assalto, mas a real motivação do crime ainda não é claro.
De acordo com o delegado Ronaldo Tossounian, Juliano disse ter sido convencido pela prima a participar do assassinato. “Diante do não encontro do dinheiro, ela resolveu dar ordens para Juliano, juntamente com Michael e Guilherme, para matarem as vítimas”.
Juliano relatou que os criminosos colocaram um saco na cabeça do adolescente e o espancaram, para que o pai informasse a senha do cofre. No entanto, Romuyuki não sabia a combinação e, por isso, eles aguardaram a chegada da esposa dele, Flaviana.
Ao chegar em casa, a empresária teria sido rendida e, ao abrir o cofre, ele estaria vazio. Por isso, segundo Juliano, os criminosos decidiram matar a família com o aval de Ana Flávia.
Ele contou que o pai e o filho foram mortos asfixiados. Horas depois, eles deixaram o condomínio em dois veículos, levando os corpos de Romuyuki e Juan Victor. Com Flaviana ainda viva, eles foram a um posto de gasolina em Santo André comprar combustível. O Juliano conta que ao chegar em uma estrada vicinal da região, a própria Carina teria matado a sogra antes de incendiar o carro da família e os corpos dos três.
“[O crime está] Praticamente esclarecido, na nossa visão. Falo falo ‘praticamente’, ponho sempre na suposição, porque nós não temos achismos.”
O laudo necroscópico realizado no corpo das vítimas indicou traumatismo encefálico, ou seja, possivelmente elas foram mortas com pauladas na cabeça. O caso segue sendo investigado pelo Centro de Operações Integradas de Segurança.
* Com informações do repórter Leonardo Martins.
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