Suspenso pelo PMDB, Zveiter diz que punição é “ridícula e covarde” e que não aceitará passivamente
O PMDB suspendeu, por 60 dias, os seis deputados federais do partido que votaram a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, no último dia 2. A decisão, segundo a nota emitida pela sigla, foi tomada por unanimidade na Comissão Executiva do partido. Foram suspensos de suas atividades partidárias os deputados Celso Pansera (RJ), Jarbas Vasconcelos (PE), Laura Carneiro (RJ), Sérgio Zveiter (RJ), Veneziano Vital do Rego (PB) e Vitor Valim (CE).
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o deputado Sérgio Zveiter declarou a atitude do partido como “ridícula e covarde”. “Ridícula porque um partido que precisa usar de artifícios inescrupulosos para deputados votarem de uma forma ou de outra não tem condição moral de punir quem quer que seja. E covarde porque diziam que iam nos expulsar e agora vêm com a suspensão”, criticou.
O deputado terá uma reunião nesta sexta-feira (11) com seu advogado para decidir o que irá fazer a partir da notícia da suspensão. “Eu não tenho cargo no Governo, não costumo frequentar o Palácio de pires na mão pedindo alguma coisa. Aceitar passivamente qualquer tipo de punição não faz parte do meu calendário. Hoje examino o estatuto do PMDB para ver quais medidas posso adotar”.
Segundo Zveiter, existem quatro caminhos a serem tomados pelos deputados punidos pela sigla: “ou deputados aceitam punição passivamente, ou ingressam em juízo, ou recorrem no âmbito do próprio partido ou procuram seu caminho em outra legenda”.
Confira a entrevista completa:
Confira a nota do PMDB:
“O PMDB, em cumprimento à decisão unânime da Comissão Executiva do partido, suspendeu por 60 dias, de suas funções partidárias, os deputados que votaram a favor da denúncia do presidente da República, Michel Temer. Esta decisão foi tomada por descumprimento dos parlamentares ao fechamento de questão sobre o assunto em reunião realizada no dia 12 de julho, em Brasília. O ato de suspensão já foi comunicado a todos os filiados e ao Conselho de Ética do partido”.
A decisão, segundo a assessoria do partido, não afeta suas atividades parlamentares. os deputados punidos continuarão participando de votações, por exemplo, mas poderão ser substituídos caso integrem alguma comissão da Casa. A decisão foi comunicada por meio de ofício ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, e inclui também a suspensão de atividades diretivas do partido. A medida é cautelar e o caso ainda deve passar por análise da Comissão de Ética da legenda, que pode indicar novas punições aos seis parlamentares.
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