Talude da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, pode romper a qualquer momento
A chamada Zona de Autossalvamento já foi evacuada quando a barragem atingiu o nível 2 de risco
A mineradora Vale afirmou nesta terça-feira (21) que a movimentação do talude da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, aumentou para um deslocamento de 5 a 10 centímetros por dia.
Até sábado (25), a estrutura pode se romper a qualquer momento, de acordo com o anúncio feito pela empresa ao Ministério Público de Minas Gerais, na última semana.
O talude é um paredão que fica acima da cava de mineração, a cerca de um quilômetro e meio da Barragem Sul Superior da Mina. O rompimento do talude não implica necessariamente em rompimento direto de barragem, mas oferece risco, já que o desabamento poderia causar uma vibração em toda a Mina.
A barragem Sul Superior já está em nível 3 de emergência, situação de iminência ou ocorrência de rompimento, desde o dia 22 de março.
Também nesta terça-feira, a mineradora Vale entregou estudo à Justiça de Minas Gerais prevendo os impactos reais do vazamento de 100% dos rejeitos, em caso de rompimento da Barragem Sul Superior e outras estruturas da Mina de Gongo Soco.
Apenas a barragem possui 6,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minérios, de acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais.
A intimação para entrega do estudo foi feita pela juíza de Barão de Cocais, Fernanda Machado, no último sábado (18).
De forma preventiva, a Defesa Civil já divulga à população de Barão de Cocais um mapa com os locais que poderiam ser atingidos pela lama de rejeitos, bem como os pontos de encontro recomendados em caso de rompimento.
A chamada Zona de Autossalvamento já foi evacuada quando a barragem atingiu o nível 2 de risco, no dia 8 de fevereiro, 14 dias após a tragédia em Brumadinho. No total, 443 pessoas e cerca de 3 mil animais foram retirados e levados para hospedagens fora do local.
*Informações da repórter Victoria Abel
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